sábado, 28 de janeiro de 2012

AS AÇOES DOS NÚMEROS

Pode parecer fácil, mas não é. Conhecer e manipular números é tarefa para quem  tem o costume de viver com os números. Seria um contador? Pode ser. Mas há outros profissionais que sabem  explicar as teorias dos números e que pouca gente entende.
Se a coisa é fácil de fazer, qualquer um de nós, independente da nossa formação profissional, saberá fazê-lo. Exemplo: as contas da casa com receitas e despesas fáceis de lidar. A declaração do imposto de renda também. Se percebemos que algo poderá complicar, passamos a incumbência ao nosso contador. Não é?
Então, fica definido que, se os números se explicam com  facilidade, nos podemos  entendê-los. 
Agora se eles atingem o imponderável, só uma pessoa poderá explicar a  movimentação dos números - o economista.
Lembro-me que, durante o meu curso de direito, o professor de Direito Tributário afirmou que ninguém, neste mundo, saberia explicar o inexplicável segredo dos números melhor do que o economista.  E não é que ele tinha razão.
O noticiário deste sábado dá destaque ao recorde da arrecadação do governo federal em 2011 que mesmo assim, ficou frustrado com os índices apresentados atingindo a quase um trilhão de reais.
E para justificar tal descontentamento, vem um economista do governo explicar o inexplicável. Sim, porque para nós, que somos leigos nesses tipos de explicações, entendemos que o Brasil teve um aumento demais significativo na sua arrecadação e ponto final. Mas o tal economista diz que ele esperava uma arrecadação ainda maior com mais 1,5%. É mole? O homem quer mais ainda. Ele explicou que, em dezembro, houve um impacto decorrente de 30 pontos percentuais do IPI sobre veículos importados, e com isso, houve uma queda da arrecadação em 18.35%. O aumento na venda dos carros importados decorrente do anúncio antecipado de que seriam tributados a mais, a saída dos carros nacionais das fábricas caiu muito  e com isso a arrecadação desse imposto caiu também. Deu pra entender? Pois é, e o governo não ficou satisfeito. Ele solta o rojão e corre atrás da vareta. E nós ficamos aqui vendo  a beleza das explosões dos fogos e lendo as explicações difíceis do professor economista. Sabe lá o que é isso: muito dinheiro é arrecadado e os homens querem mais, mais e mais.
Diz o tal economista que o aumento da arrecadação é consequência do estímulo que o governo deu para o crescimento econômico do país. Êta crescimento que só beneficia um lado e explora o outro. Já estamos cansados de ouvirmos esse tal de crescimento. Ou não?
Será que é preciso ser economista para entender que os tributos arrecadados dos produtos e serviços vendidos exploram tanto os brasileiros que, ao dormirem hoje, não sabem como será tributada a água que ele terá que beber amanhã para poder sobreviver. Hoje, o tributo está na casa dos 44% sobre uma garrafinha de água. Num prato de comida contendo arroz,feijão, bife, tomate e um ovo é cobrado 26% de imposto. E por aí a coisa vai crescendo e nos vamos diminuindo. Por isso é que o Brasil é conhecido como o pais dos impostos. Pergunte a qualquer turista e ele lhe explica.
40% fica com quem?
Ao tributar um veículo fabricado neste país em mais de 40%, diferenciamos dos EUA, Chile, etc, onde o mesmo veículo tem uma tributação inferior a 5%.  Imaginem os demais produtos que são oferecidos aos brasileiros. A conclusão é que a maior parte é sempre para quem menos faz para merece-la: o governo federal. E tem mais. Quanto maior a arrecadação que tentam justificar devido ao custo das nossas políticas publicas fracassadas do governo, muito do dinheiro arrecadado acaba sendo jogado no ralo, graças aos atos imorais de corrupção tão comuns dos nossos políticos.  Isso o tal economista não explica. Claro que não. Ele só tenta explicar os números frios das pesquisas e dos índices da arrecadação dos tributos e mais nada.
O imponderável circuito do dinheiro arrecadado e gasto pelo governo somente um economista poderá explicar. Agora, como vive o povo brasileiro diante disso tudo, não tem economista algum que explique. E nem está para nascer. 
O governo arrecada quase um trilhão de reais em impostos e não está contente.Impressionante, essa reação. 
Justino tem razão em afirmar que "Deus dá o pão a quem não tem dentes"  
Aí é que ele se engana, porque o governo brasileiro tem dentes que não acabam mais, como os tubarões ou jacarés espalhados nos rios e mares e as vítimas somos todos nós. 

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