sexta-feira, 12 de outubro de 2012

LUGAR DE MENINA É EM CASA.

dfas Na tarde deste feriado, deverei estar, como convidado, acompanhando o debate dos palestristas Regina Duarte, Edgardo Martolio, Tais Gasparian, com a mediadora Patricia Kogut, na 68a. Assembléia Geral da Sociedade Inter-americana de Imprensa, em São Paulo. O tema será: A Liberdade de Imprensa e o Direito à Privacidade. Deverei aprender muito com esses debatedores. Espero.
Nos últimos anos, os governos autoritários ou semi-autoritários esparramados pelo mundo, escolheram a imprensa como a sua grande inimiga e, com isso, tentaram, como ainda tentam, suprir a liberdade da informação e do direito à privacidade aos seus cidadãos. Com isso, o Estado de Direito, base primordial de uma democracia, vai para o beleleu. Isso nós não queremos que aconteça, principalmente, nessa terra da Santa Cruz. Não é?
Mas a festa continua e vai de vento em popa lá pelos lados do Paquistão, onde o adeptos do Taleban pintam e bordam à sua maneira, matando e ferindo aqueles ou aquelas que não obedecem ou deixam de seguir  as suas regras, os seus rituais religiosos e educacionais, etc.
Por lá, apareceu uma menina, estudante adolescente, 14 anos de idade, de nome Malala,  resolvendo enfrentar os "machões" do Taleban defendendo a  educação das meninas paquistanesas. Foi advertida pelos seguidores talebaneses que, ao verem que ela continuava confirmado as suas críticas, mandaram duas balas para a sua cabeça e pescoço e a coitada foi para o hospital. Não morreu e já declarou que irá continuar a sua batalha contra a retrógrada política do Taleban. Já está jurada de morte por essa organização. 
Isso está acontecendo, nos dias atuais, no Paquistão, dividido entre os seguidores do princípios do Talebam e os seus adversários.  Que coisa.
Alguns estudiosos  confirmam serem as suas maiores frustrações em relação ao Paquistão, a presença  das madrassas, escolas islâmicas, mantidas pelos extremistas ou escolas financiadas por misóginos - aversão às mulheres- medievais da Arábia Saudita e outros lugares, fornecendo alimentação, cursos gratuitos e até bolsas para atrair os meninos. Dizem que os doadores compreendem que o ensino molda os países, daí, devem ser destinados somente aos meninos. Meninas . . . não!
A adolescente e heroína Malala afirma, em seu leito hospitalar, que a sua vontade é ter acesso ao mundo do conhecimento e continuará lutando para conseguir isso, mesmo sabendo que corre o risco de morte, em pouco tempo, pelos talebans  que acreditam e entendem claramente a existência do poder transformador da educação das meninas. E isso, segundo eles, ninguém quer.
E pensar que a educação na Europa, ali ao lado, é diferente com respeito ao sexo das pessoas, como aqui, na América, onde os direitos são iguais para meninos e meninas. 
Com essa política sexual da boa vizinhança, o europeu tem reações diferentes dos paquistaneses seguidores do Taleban e também dos brasileiros. Eis um exemplo:.
Contou-me um amigo que, ao visitar Lisboa, há cinco anos, deixou a sua carteira com documentos e alguns euro, numa estante de uma loja de souvenirs. Só percebeu isso dentro do avião que o estava trazendo de volta ao Brasil. Resolveu esquecer o ocorrido e dormiu toda a viagem.
Na semana passada, ele voltou a visitar Portugal e, por coincidência, ao passar pela citada loja de souvenirs, lembrou-se da carteira que havia esquecido ou perdido. 
Ao ser atendido pela mesma pessoa que o atendera há cinco anos, esse cidadão lusitano o reconheceu e lhe disse que a sua carteira com documentos e alguns euro estava aguardando o seu retorno para apanhá-la. Em seguida, abriu uma das gavetas de uma mesa e pegou a carteira e entregou ao proprietário.
Sabe quando isso aconteceria aqui no Brasil? 
N U N C A !  Imaginem no Paquistão.
O mundo continua rodando a cada vinte e quatro horas. Muita coisa muda ou deixa de mudar. No Paquistão, a mudança esperada pela Malala jamais irá acontecer. Será?
Por isso, o que conhecemos na forma de revolução tecnológica, só será conhecido por lá aos meninos que, inevitavelmente, irão se interessar e desenvolver a tecnologia no campo bélico. Duvidam? Aguardem.
Se levarmos para aquele país a informação de que os estudos sobre as células-tronco vão recuperar alguns orgãos humanos e, especialmente, a tiróide, eles não acreditarão. 
E se formos mais adiante e mostrarmos o que significa o desenvolvimento científico sobre essas células-tronco, que poderão nos levar à cura de doenças até hoje consideradas terminais, os paquistaneses ficarão mais surpresos porque, por lá, eles só pensam em levar tais conhecimentos técnicos e médicos aos meninos afirmando que o lugar das meninas ou mulheres é em casa e nada mais. 
Deus me livre dessa gente!

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