quinta-feira, 10 de novembro de 2011

COMO ANDA A SAÚDE PÚBLICA?

Quando alguém me pergunta como vai a saúde, eu mando outra pergunta de volta: A minha ou a do meu país?"
Se for sobre a minha saúde eu respondo, na base da verdade, que estou me sentindo bem, como sinto-me agora, com vontade de viver e sem nenhuma complicação. "Ótimo", seria a resposta correta.
Com a idade superior aos setenta anos, nem sempre um cidadão tem a sorte de ter uma boa saúde. Talvez, por isso, encontro diariamente pelas ruas, avenidas, clubes e praias, idoso e idosas sorrindo, caminhando e marcando o registro do seu tempo do caminhar em seus cronômetros especiais, presos nos pulsos ou antebraços, para um controle maior daquilo que está praticando. É, sem dúvida alguma, a busca da saúde privada de cada um.
Aliás essa saúde privada é sempre aquela que depende exclusivamente de cada um de nós. Somos, somente nós, os responsáveis por ela. Nesse tipo de constatação da saúde não entra nenhum plano privado e nem controle do governo. Depende de cada um e só.
Se fosse depender das empresas privadas e seguradoras da saúde, dominadas pelo setor bancário, elas nunca estariam contentes com o que lucram. Os planos oferecidos são absurdamente tão altos que podem possibilitar uma descompensação em sua saúde, com   um enfarto fulminante, quando você souber o valor mensal a ser pago para ter o direito, ao menos, a uma consultinha médica.         
No setor público, a coisa é mais complicada ainda e gera, por trás de tudo, uma indisfarçável corrupção ou interesses políticos.  O que acontece, nesses casos, é sempre o controle de alguém que ganha alguma comissão para liberar recursos públicos aos setores hospitalares, ambulatórios, etc. E não adianta reclamar. Talvez por isso surgem as ONGs para dar uma aparência legal para ações ilegais.
No setor do atendimento privado não se  fala em ONG. Ela aparece no setor público. Interessante!
Para sanar as deficiências no atendimento da saúde pública de um município, um prefeito vai até ao Ministério da Saúde em busca de verbas ou aprovação de projetos para que o povo de sua cidade tenha  um atendimento saudável.  Vai sempre esbarrar em algum super funcionário que decide o que irá acontecer.
Se esse funcionário não estiver em Brasilia, estará, sem dúvida alguma, em alguma outra cidade que passará a competir com a do prefeito pedinte porque tem as mesmas necessidades e os mesmos direitos. Será? E o bolso desse funcionário ficará vazio?
Caso absurdo é o que acontece numa cidade como Rio Claro (SP) que, possuindo uma Santa Casa de Misericórdia bem instalada, onde atende até indigente, tem todos os equipamentos modernos para um perfeito funcionamento do setor oncológico e não consegue a liberação de recursos públicos  para o atendimento às pessoas com câncer através do SUS.      
Dizem que um "cara" é quem comanda a liberação desses recursos no interior do Estado de São Paulo, em Campinas, Limeira ou Piracicaba. Não sei a cidade, mas sei quem é o "cara". Incrível!  A denúncia veio de um médico de Rio Claro que sabe tudo sobre o SUS.
Meu Deus! Se até para combater o câncer, que é uma doença que mata e não respeita ninguém, o SUS dá  de ombros em algumas cidades interioranas, vamos esperar o quê da saúde pública. 
As limitações das consultas médicas e do atendimento ambulatorial de quem procura a saúde pública, portando a carteira emitida pelo Ministério da Saúde, trazem à tona o desleixo e a falta de consideração do governo - federal e estadual - com o seu povo. 
Talvez, por isso, é que muitos brasileiros, ao saberem que o ex-pressidente Lula teria contraído um câncer na garganta, se manifestaram, seriamente, perguntando se ele não seria atendido pelo SUS.Também, se isso ocorresse, seria bem possível que o Lula afirmasse que não sabia como deveria ser o atendimento médico, através do SUS.
Bem, aí seria o fim da picada.
Não é mesmo?

Um comentário:

  1. Pois é, Aldo. Meu pai teve que operar em Jaú, no Amaral Carvalho, e se tratar durante mais de 10 anos em Limeira, no COL, este último que atende pelo SUS. Em ambos, foi muito bem atendido. Fazia consultas, exames, recebia medicamentos tudo de graça. Poderia fazê-lo em Rio Claro. Poderia, "não é mesmo"? Sobre o artigo, é sempre um prazer ler o que você escreve.

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