"Encontro um amigo e ele me pergunta: "Você é honesto?"
Meu Deus! Êta pergunta complicada de ser respondida se formos honestos em responde-la.
Em nossas mentes vêm um monte de passagens que vivemos com ações, nem sempre recomendáveis ou ainda de serem denominadas de honestas. Já perceberam isso? Pois é!
Fui buscar no jornalista e humorista Millor Fernandes a explicação do que é ser honesto. Não me recordo em qual revista ele escreveu, mais ou menos, essa maravilha:
"Se perguntarmos a uma pessoa se ela é honesta e ela responde que é honesta, é bem possível que seja, então, ela está sendo honesta em afirmar que é honesta. Mas, também é possível que não seja. Então, ela estará sendo desonesta afirmando que é honesta, quando, na realidade, ela é desonesta. Mas, se ela diz que é desonesta, pode ser que esteja sendo honesta em afirmar que é desonesta. Ou seja, não é honesta! .Mesmo assim, ela poderá pensar que está sendo honesta ao afirmar que é desonesta. Portanto, é uma espécie de honestidade desonesta, ou desonestidade honesta. Como ficou bastante claro, responda com rapidez: " Você é honesto ou desonesto?"
Ficou em dúvida? Maldita dúvida! Ela sempre aparece para atrapalhar os nosso planos. Não é?
Essa questão de ser honesto ou desonesto está diretamente ligada à nossa mente. Podemos pensar que somos honestos e até morrer afirmando isso. Entretanto, o que vale é o que os outros pensam.
E não adianta reclamar porque, se queremos viver em sociedade, as regras existem, mesmo que algumas sejam absurdas, e temos que respeitar a opinião do próximo.
Quando o caso envolve a política, as coisas se complicam, porque as afirmações das pessoas envolvidas nessa classe de profissionais não merecem o nosso menor crédito. Nós consideramos quase todos desonestos. Eles podem pensar que são honestos, mas nós os consideramos desonestos. Isso é o que importa! Eles devem respeitar a nossa opinião. Não são assim as regras da sociedade?
Para isso, existem as eleições, onde podemos substituí-los.
A honestidade deveria ser abolida da cabeça dos racionais, desde quando um famoso boneco de barro, chamado Adão, ganhou vida. Passou a respirar, andar, correr, comer e fazer o que a sua mente lhe dizia ser honesto. Quando chamado à sua responsabilidade, cometeu o seu primeiro ato: mentiu! Evidenciou-se, assim, o aparecimento do primeiro cidadão desonesto - por ser mentiroso - do planeta, iniciando a interminável história do honesto e do desonesto.
Que coisa! Até nisso a Bíblia ( antigo testamento) deu as caras. não foi?
Essas duas palavras conflitantes dominam o nosso mundo, desde o momento em que ele foi bolado e criado. Quantos atos feriram pessoas ao serem cometidos com desonestidade. Outros, cometidos com a intenções honestas, foram descartados, desvirtuados trazendo prejuízos e infelicidade para muita gente. "É a vida" diriam os filósofos sentados às mesas dos bares espalhados por todos os cantos.
Não é fácil você pensar que está se comportando como alguém sério e honesto em seus atos. O importante é ser reconhecido por isso. Mesmo assim, surge uma nova figura entre os mortais chamada inveja e, através dela, as coisas se desguiam para outros caminhos, longe da verdade. Com isso, cresce a desonestidade. se alojando, com facilidade, entre aqueles que conhecemos e os consideramos invejosos e desonestos.
"É o mundo" diria o Zé das Neves, figura procurada e jamais encontrada. Nem sei se ele existiu.
A vida continua e vamos caminhando, todos os dias, em busca do que nunca poderemos alcançar, mesmo querendo alcançar. Difícil este problema! Dizem que, se formos honestos, conseguiremos tal intento. Mas, se formos desonestos, é possível que possamos chegar lá mais rápido e com facilidade, sob a recomendação ou memorandos de terceiros.
Assim, vale a pena repetir a pergunta do Millor:
"Você é honesto ou desonesto?'
Êta resposta complicada!
Não é mesmo?