quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MONTEIRO LOBATO PROIBIDO PARA CRIANÇAS.

dConfesso que todos os dias me deparo com notícias e comentários publicados pela imprensa brasileira e que me deixam a pensar muito sobre o que está acontecendo pelo mundo.
Vamos viajar um pouco e já estamos sobre a Austrália.
Neste país, há uma empresa aérea  muito eficiente e querida dos australianos - a Qantas.  A nota publicada nos jornais  diz que a empresa abriu investigação interna para descobrir como é que um crocodilo australiano -  daqueles que são considerados os maiores do mundo -  conseguiu escapar da sua imensa jaula e "passeou"pelo avião, durante um vôo pelos céu australiano  e só foi capturado e colocado novamente dentro da sua jaula quando o avião fez o pouso em Melbourne.  Qual seria a nossa reação se estivéssemos naquele vôo e um crocodilo "passeasse"ao nosso lado? No mínimo, saltaríamos ao espaço, com ou sem paraquedas. Sabe lá o que é ser  mordido e comido por um crocodilo australiano gigante, dentro de um avião ? Sai pra lá, Ô meu!
A outra notícia vem no New Zimbabue, e tem tudo a ver com algo semelhante em algumas regiões do mundo e especialmente no sertão do Brasil. Vamos lá: as autoridades zimbabuenses, mais precisamente da  região de Bulawayo, pediram aos cidadãos que sincronizem as descargas dos seus vasos sanitários para poupar água. Durante a crise de abastecimento, os moradores devem esvaziar os vasos apenas a cada três dias e em horários determinados.  Já imaginaram isso? Provavelmente os habitantes daquela cidade e a cada setenta e duas horas devem usar máscaras contra o mau cheiro, ou não?
Todo mascarado  e com essa notícia de New Zimbabue,  voltei correndo para esse Brasil varonil e me deparo com uma surpresa:  obra de Monteiro Lobato, escrita em 1920, é acusada de racismo. O que é isso?   Só faltava essa. O livro "Negrinha"de Lobato é acusado de possuir cunho racista sendo criticada a sua adoção pelo Programa Nacional Biblioteca Escola.
Como é possível que, durante quase cem anos, essa obra literária lida e cultuada por todos os brasileiros de qualquer raça ou cor, venha agora ser denunciada como racista?  Onde estavam os que, por quinze minutos de fama, querem, agora, aparecerem diante dos milhões de leitores brasileiros e internacionais, afirmando essa esfarrapada e mentirosa calunia sobre uma das importantes obras de um dos maiores escritores paulistas. Tem gente para tudo neste país. Até para isso. Tenho a impressão de que os negros brasileiros devem ter ficado "sem graça"ao lerem esse infâmia. Podem ter certeza de que tal acusação deve ter partido de quem não tem o que fazer e nem sabe o que diz.
Querem saber quais são as palavras usadas por Monteiro Lobato em outro livro de sua autoria denominado de  "Caçadas de Pedrinho" dirigido às crianças e que figuram como o centro da denúncia de racismo por um  Instituto que se presta a tamanha "burrice". Anotem aí:
Tia Anastácia, uma empregada negra, é comparada a uma "macaca de carvão".
Outra, no mesmo livro: Emilia diz: "É guerra das boas. Não vai escapar ninguém, nem a Tia Anastácia, que tem carne preta."
É mole?
Duas citações numa das mais importantes obras de Monteiro Lobato, apreciada, adorada, e difundida há tantos anos.
Pois é.  Enquanto que nos céus da Austrália, durante um vôo da Qanta, os passageiros, tremendo de medo, se desviam e tentam fugir de um crocodilo dos grandes, solto e passeando pelos corredores do avião e no New Zimbabue os seus cidadão convivem com a obrigação de sentir o cheiro de merda  emitido pelos vasos sanitários, durante a crise de abastecimento de água, aqui no Brasil, tem gente que pensa ser importante e não é, mas que incomoda toda uma nação, tentando provar que uma obra de Monteiro Lobato, escrita há 100m anos, seja declara de racista.
Quando a cabeça de algum ignorante e apaixonado pelo nada funciona, muita gente acaba pagando por essa falta de sensibilidade. Um país todo! Coitado dos amantes da leitura construtiva e educativa desse sofrido povo brasileiro. Pô! Até nisso?
Monteiro Lobato, por favor, onde o senhor estiver, perdoe esses ignorantes.


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