sábado, 29 de setembro de 2012

DEBATE POLÍTICO INAPTO

Faltam menos de 10 dias para que o povo brasileiro possa eleger os prefeitos municipais e os vereadores que comandarão a política de suas cidades.  As eleições municipais estão chegando!
Vou, neste instante, ao auditório da Associação Comercial de Rio Claro, para  ver e ouvir o debate entre os quatro candidatos a gerente da cidade, com a esperança de encontrar num deles aquele em que irei confiar o meu voto  para ser um comandante leal, fiel e sério nos atos administrativos e políticos da prefeitura.
Conheço muito bem cada um deles. Três já foram prefeitos e o quarto tem ganho a vida como um simples comerciante bastante conhecido e honesto. Entretanto, algo inesperado aconteceu durante a campanha eleitoral desses candidatos que ainda dará muito o que falar sobre as suas pretensões. Dois deles, ex-prefeitos como já citei, estão enquadrados na tal Lei da Ficha Limpa e, portanto, depois de tantas idas e vindas aos Tribunais Eleitorais, estariam impedidos de serem novamente candidatos eleitorais. Um terceiro se encontra à frente da prefeitura tem, também, um processo a ser ainda apreciado pelo Tribunal Eleitoral.  Muitos advogados especialistas em eleições garantem que o atual prefeito não será condenado e, portanto, estaria habilitado a ser candidato, e com isso, com as possibilidades aumentadas em sair vitorioso.  Talvez por isso, foi que o atual vice presidente da república e o presidente da Fiesp-Ciesp estiveram nesta cidade prestando o seu apoio pessoal para esse companheiro de partido.
O único candidato sem responder a qualquer processo eleitoral, não tem lastro eleitoral suficiente para aspirar dirigir a município, infelizmente. Afirmo a palavra infelizmente porque nos debates já realizados foi o único candidato que se preocupou em falar o que iria fazer se ganhasse as eleições enquanto que os outros três candidatos se manifestavam em atacar uns aos outros afirmando o que os seus governos fizeram, etc,etc,etc, Nenhum deles cogitou em afirmar o que iria fazer que ganhasse as eleições deste ano. São os políticos profissionais que falam o que querem sem levar em condição aquilo que o povo espera ouvir de cada um deles se ganhar o pleito eleitoral. Pena., porque isso geram promessas impossíveis e mentiras deslavadas. Não é isso que queremos ouvir, mas eleição é eleição e tudo é válido até que se prove o contrário.
A própria Justiça Eleitoral dá a negativa da sua presença no processo eleitoral deste ano ao analisar os processos carimbados pela  Lei da Ficha Limpa. Aqui é que teremos que pensar e corrigir o que estiver errado. Deveria haver um prazo fixado e improrrogável de até seis meses antes de qualquer eleição, para que a os processos dos candidatos suspeitos sejam encerrados. Isso porque não queremos votar e  eleger um candidato e depois de eleito a Justiça o impedir de exercer o seu mandato. Até parece brincadeira de criança. Aliás neste país se brinca com tudo, até com isso e ainda contando com  a participação da Justiça Eleitoral. Ou seja, o nosso voto dado com a convicção de estarmos elegendo alguém, praticamente nada vale. Quem comanda é ela e estamos conversados.
E tem mais ainda.
Elegemos alguém considerado ficha limpa e ninguém nos garante que o eleito não irá se sujar. Mas é bom entendermos que aquilo que alguém  considera sujo, poderá ser limpo para outros, segundo o angulo em que está sendo visto o problema. O que vale é se o candidato já foi objeto de alguma ação judicial. É aqui que a coisa pega, porque a Constituição Federal só reconhece o crime e seu autor depois de transitado o julgado do processo. Daí. . . ficamos a esperar a sentença final! Como a Justiça, por sua vez, é demorada, é possível que o suspeito de ficha suja seja eleito e possa até completar o seu mandato se o seu caso não tiver transitado até o final.  Deu para perceber como estamos em matéria de eleições oficiais?.
E assim caminha a humanidade, diriam uns. Assim caminha a política da república brasileira, diriam outros. Ninguém faz nada para melhorar. Ou faz? Quem sabe?
Os minutos estão passando e eu estou chegando no local do debate eleitoral onde irei ouvir e ser lembrado pelos candidatos sobre o que eles fizeram quando foram prefeitos e atacarem uns aos outros. Pois é. Para ficar esclarecido e não perder o meu voto, terei que observar melhor o que eles dirão e, ao mesmo tempo, ter a certeza de que votarei em alguém que não será considerado inelegível depois de ser eleito. Ou seja quem manda no meu voto é a sentença posterior da Justiça Eleitoral. Percebem o porque da minha sugestão de que no processo eleitoral, a Lei da Ficha Limpa teria um prazo para ser examinada de até seis meses antes do pleito eleitoral. Depois desse prazo, os candidatos estariam aptos e elegíveis de qualquer maneira. Seria, acima de tudo, o respeito pelo eleitor que quer ter o seu voto também respeitado e válido. Caso contrário, porque haveria de votar se o seu voto poderá ser anulado por deficiência da própria Justiça Eleitoral, no que tange a duração  da análise e sentença dos seus processos. Praticamente ela determina em quem devemos ou poderemos votar. É ou não é uma brincadeira de criança?
Cheguei no local do debate. Gente por todos os lados. são os cabos eleitorais carregando e agitando bandeiras dos seus candidatos e dos seus partidos políticos. Ambiente de festa. Será? 
Vou entrar no auditório  da ACIRC e ficar atento naquilo que os candidatos irão dizer e torcer para que a Justiça não apareça e diga que estaremos vendo e ouvindo as palavras de quem não exercerá qualquer mandato, confirmando que o nosso voto, realmente, não vale nada.

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