segunda-feira, 26 de março de 2012

UM TRIO QUE DEU CERTO

Conversando com o Apple
Em plena segunda feira, eu converso com o meu Apple e, de repente, ouço baixinho a música mais linda e perfeita que já conheci entre as clássicas deste planeta. Paro de dedilhar o computador, fecho os meus olhos e começo a sonhar pensando que, talvez, quando eu partir para um outro mundo, deverei estar ouvindo essa canção que será, sem duvida alguma, a minha grande companheira para sempre.
Não abro os  meus olhos. Não consigo! Tento outra vez. Nada!  O que será que está acontecendo comigo? Um sonho? Seria um sonho igual ao que inspirou o grande List a compor o seu Sonho de Amor? Não sei, mas continuo com os meus olhos fechados, corpo relaxado e ouvindo essa música que tanto amo. Ela me inspira demais! Acho que a sinto na alma muito mais do que o seu próprio compositor. Se ele a compôs num momento de ternura, eu ouço, neste momento, os seus acordes e solos, com o coração pulsando mais depressa e a mente concentrada em cada uma das suas notas. Ela simplesmente me faz sonhar e percebo correr dentro de mim uma história, nascida ainda no ventre da minha mãe, e que ao ver a luz do sol e da lua me daria um amor tão intenso pela música como o que estou sentindo ao ouvir essa canção.
Como está a minha luz?
O calor e a luz do sol senti ao me tocarem pela primeira vez. Foi maravilhoso. Sorri, mesmo sem meus dentes que um dia iriam nascer. Sorri com os meus olhos. Agradei os que me viram e me amaram até hoje. O que a luz solar não faz com todos nós. Uma felicidade que Deus coloca à nossa frente todas amanhãs e são poucos os que a observam. E, ela está lá. Sempre! Sinto pena dos que não vêm essa maravilhosa luz por qualquer deficiência visual. Sentem o seu calor mas não tem a felicidade de ver a luz do sol.
Ainda ouço os acordes da música dos meus sonhos. Os instrumentos da Orquestra Filarmônica da Filadelfia se identificam e se movimentam num compasso embriagante e  específico, nascendo num ritmo próprio feito pela harpa que, por si só, coordena tudo e todos numa mistura de sons maravilhosos e inesquecíveis.
Não se trata mais da luz do sol. Agora o cenário é mais frio, com o céu escuro e iluminado apenas pelas estrelas que brilham intensamente ao ouvirem essa melodia. Parece mentira, mas há momentos em que as estrela se abraçam e dançam, como se estivessem bailando e rodando pelo salão, numa espécie de baile romântico e lindo.
Claire de Lune
De repente, os brilhos das estrelas se curvam diante de um brilho mais intenso. Uma espécie de clarão de uma estrela ou um astro muito maior dominou todos os demais  que brilhavam e agora aplaudem o seu aparecimento.O brilho desse clarão fez todos se ajoelharem e agradecerem aquele momento de muita ternura e amor, despertando em cada um, uma vontade de nascer outra vez ou, ainda, de partir em companhia daquela luz em busca do infinito.
Debussy tentou colocar tudo isso na sua maior obra, essa mesma obra que me faz sonhar toda vez que a ouço.
Consigo, neste instante, abrir novamente os meus olhos. O Clarão está sumindo. Partiu, e um dia voltará e me convidará a acompanhá-lo. Provavelmente, eu não ouvirei duas vezes tal convite porque aceitarei no primeiro e irei com o Claire de Lune até diante do Criador para agradecer ter vivido e conhecido a mais bela das canções feitas por um mortal, inspirado na ternura e no amor que insistem em morar no meu coração e na minha alma. 
Debussy, Claire de Lune e eu: um trio perfeito e que deu certo. E como deu!

2 comentários:

  1. Lindo comentário pai!!! Essa música é mesmo maravilhosa!!!!

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  2. BOA CICY. EU SABIA QUE VOCE GOSTAVA TAMBÉM DESSA MUSICA. OBRIGADO PELO COMENTÁRIO

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