sábado, 12 de julho de 2014

PORQUE PERDEMOS A COPA

Aldo Zottarelli Júnior


Não gostaria de explicar o que eu não consegui ainda entender. 
Vou tentar.
Consultei um companheiro que, junto a mim, vimos na TV, a nova derrota do futebol brasileiro diante da Holanda, pela Copa do Mundo. Mais três pedradas no lombo.


Como a história universal do futebol vai justificar que o país do futebol fosse derrotado duas vezes, por dois times europeus, em menos de 72 horas, sofrendo dez gols e marcando apenas um?
E tudo isso na Copa do Mundo realizada no. . . Brasil!
E o pior é que foi verdade!
O meu companheiro tentou me explicar que são os grandes clubes europeus que manobram a FIFA e com isso, os resultados da Copa do Mundo acontecem de tal maneira que não prejudiquem as ações dos clubes e nem desvalorizem a sua sustentação: os seus jogadores.
Não é só o dinheiro que faz os jogadores irem para os clubes europeus, mas as possibilidades de se tornarem bastante conhecidos no maior mercado internacional que é a Copa do Mundo. É a tal da valorização profissional.
Tentei entender tal explicação e citei o exemplo de muitos jogadores que, esquecidos na Europa, voltam para o Brasil, sempre antes da realização de uma Copa do Mundo. Por que?
- Fácil! - disse o meu companheiro e completou - é só a direção da CBF escolher a direção técnica que irá comandar a seleção brasileira, esses empresários ou empresas que patrocinam alguns jogadores desconhecidos e os seus clubes manobram em cima dessa direção para a escolha final dos convocados. As gratificações comem soltas,  daí, as surpresas para a torcida brasileira.
- É por isso que há técnicos de clubes brasileiros que, ao serem escolhidos para dirigirem a seleção trazem seus assessores ou jogadores que ninguém conhece? Parece um festival, oh meu!
Comecei a entender a não convocação de excelentes craques do futebol como Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho, Ganso, Pato, Lucas, além de outros ótimos jogadores que disputam o campeonato brasileiro e no lugar deles foram os "iscas" do mercado. Que coisa!
- O direcionamento dos resultados, - disse-me ele -  são baseados nos interesses políticos da FIFA  e do país que organiza o evento. Tudo já está combinado desde o inicio do jogo de abertura do torneio, ou quase isso.
- É possível essa maracutaia, um dia, deixar de acontecer?
- Somente quando uma das partes deixar de cumprir o combinado. Afirmei que não acreditava naquilo que estava ouvindo e disse:
- Então como explicar a possibilidade da equipe do Brasil perder para a Alemanha com a goleada de 7 a 1?
- Fácil. A escalação de jogadores mais fracos, desconhecidos e sem expressão e mais ainda, sem treinarem juntos qualquer jogada e sob as ordens de algum treinador ultrapassado. Você quer mais?Aqui está a chave do mistério.
Pensei um pouco e comecei ver essa equipe brasileira, totalmente desconhecida, sem nunca ter se apresentado ou provado que a convocação dos seus jogadores havia sido correta. Fui mais longe. Mais de 80 por cento dos brasileiros não conhecia os jogadores da sua seleção porque 90% deles jogavam na Europa, Ásia, etc. e não no Brasil. Seria a seleção da Europa e somente dela.
O meu companheiro estava revoltado e me disse:
- O treinador brasileiro, há muitos anos, passou a ser conhecido como um notável e grosseiro perdedor e a convocação dos seus jogadores obedecia a orientação da cúpula do FIFA,  da CBF e dos seus clubes que precisavam colocar todos seus valores na vitrine  para posterior negociação.  Isso custou muito dinheiro da FIFA e dos clubes europeus que rechearam os bolsos dos responsáveis pela direção da seleção brasileira e dos seus subordinados jogadores.
Não concordei com essa colocação porque um resultado negativo somente prejudicaria os valores dos profissionais envolvidos.
- Claro que o resultado do 7 a 1 foi além do previsto. Mas no jogo seguinte, os principais destaques do futebol europeu e que estavam na seleção brasileira não jogaram, porque poderiam ser desvalorizados ao disputar uma outra posição que  não fosse a de campeão. Terceiro lugar. . . nem pensar!
- Entendo.
Aí está como tanta porcaria envolve o futebol mundial. Talvez caminhe em direção idêntica a do filme Roller-Ball, onde os clubes e seleções são substituídos por empresas multinacionais. Aliás, já estamos caminhando nessa direção
Amanhã, provavelmente, ninguém irá comentar mais sobre este assunto, onde o governo brasileiro perdeu tantos milhões de dólares confiando na FIFA e nas suas pessoinhas que só sabem merecer a confiança de raposas e hienas.
O povo brasileiro irá continuar na mesma, acreditando em tudo como se fosse uma estória da carochinha, e os "vivaldinos"  vão acabar enganando mais uma vez a todos  e ganhando nas eleições, talvez,  o direito de continuar enganando. Enganando sempre!
Pois é!

O autor é educador, escritor e músico.
e mail: aldozottarellijunior@gmail. com

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