domingo, 27 de julho de 2014

O SIGNIFICADO DA INSIGNIFICÂNCIA

Aldo Zottarelli Júnior
Estou diante do teclado do meu Apple, procurando algo que venha a me inspirar a escrever um novo artigo.
Necas de Catubiribas.
Sabem lá o que isso significa? Não sabem? Vou tentar explicar.

Claro que a frase não é oriunda de qualquer fragmento histórico da língua portuguesa, mas é muito comum alguém utiliza-la para dizer apenas: não! 
Conheço uma amiga que adora formar frases ou lembrar outras de antigamente como: Tô fora ou me coloca fora disso. . . ou  Nem que a vaca tussa.
Há respostas monosilábicas que podemos expressar uma comprida estória de caboclo, quando alguém pergunta para o "seu"Tonho:
- Dá dando peixe aí?
A resposta afirmativa vem num instante:
- Puuuuuuuuuu! 
E vamos em frente porque atrás vem gente. Esta é conhecida.
Quando a citada amiga disse que ninguém quer saber como foi a morte da bezerra, a coisa se complicou. 
-Como? eu perguntei assustado.
Ela olhou bem nos meus olhos e me explicou:
- A morta da  bezerra é o mesmo que a morte da cabrita. 
E daí, eu pensei: porque citar o animal feminino e deixar de lado o sustentáculo da figura humana que é o animal masculino, ou seja: a morte do bezerro ou do cabrito?
Pois é.
Para se prometer algo que não será cumprido é só escolhermos  um local e um horário, como ; domingo, depois da missa das 4 e quarenta e dois.
Jamais iremos encontrar alguma cidade onde uma igreja incie a missa nesse horário. Não é?
Lembro-me de alguém se expressando para dizer que uma afirmação seria mentirosa:  até o gato perdeu o rabo!
Ora, se o gato perdeu o rabo, nada mais terá o que perder. Ou não?
Para não concordar com a proposta de alguma pessoa, a minha amiga apresenta esta: nem no saco do padre Inácio.
É Mole?  Não sei, mas deve ser. Se houver dúvidas, pergunte ao citado padreco.
Não sei o porquê das pessoas se recorrerem ao espaço da morte para tentar justificar uma posição de vida, como: Nem morto, tá?
A troca do significado dessas expressões nos leva a uma insignificância expressa do seu compartilhamento ou entendimento.  Seria o significado da insignificância. Pois é!
Vai te catar, é a maneira mais fácil de mandar alguém para um lugar, escuro e mal cheiroso e conhecido por um enorme palavrão.
Agora, para o apressado, há algumas ofensivas como: Vai tirar a sua mãe da zona?
Aproveitando o lugar, alguém poderá ouvir: é lavar ou passar uma aguinha e tá pronto novamente para ser usada ou usado.
A afirmativa de uma derrota se expressa com o  levar ferro  e
passou a ser comum de tal maneira que até criancinha usa.
Poderia ficar nadando várias horas sobre essas expressões tipicamente brasileiras e que tem um poder de descrever até aquilo que consideramos indescritíveis. (Será que existe esta palavra?)
Bem, vivemos num país onde inventamos todos os dias as palavras que jamais havíamos pensado existir. Mas elas estão aí para quem quiser usá-las da melhor forma, ou da pior forma.A escolha 
é livre. Depende, apenas, de quem estiver usando. Depois, é seguir a regra: lavar e tudo ficará novo, novamente!  Tá!

O autor é educador, escritor e músico.
e mail: aldozottarellijunior@gmail.com


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