sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

PARA ONDE EU FUI PARAR.

Não sei porque eu me aproximei daquele bolo de gente que estava gritando por justiça numa praça de São Paulo.
Inicialmente eu apenas observava, e dentro de alguns minutos já estava agitando um lenço branco que peguei do meu bolso da calça e logo foi substituído por uma pequena bandeira vermelha e gritar "fora Temer".
Assustei-me. Fui naquele local atraído pela pequena gritaria e, em pouco tempo, estava me envolvendo com um grave problema politico.
Logo que percebi a besteira que havia feito - saber o que estava acontecendo - tentei voltar ao local onde estava e de
onde havia partido para saber o que estava acontecendo. Saí correndo para longe daquele local sem perceber que um grupo de jovens também  correu e tudo parecia inexplicável.
Lembrei-me que estava numa praça paulistana e tudo o que deveria fazer era me afastar daquele local. Tentei e fiquei nisso mesmo. Sentindo o meu corpo apertado por todos os lados por aqueles jovens inquietos que me empurravam e xingavam personalidades políticas, percebi que a minha única saída era me "arrancar"mesmo. Consegui!
Mais distante daquele aglomerado de pessoas, que gritavam e nem sabiam o porque, aquele bolo de inquietos descontentes com alguma coisa que não sei o que era, puxei fundo a respiração e procurei entender o que estava acontecendo.
Posso garantir que até agora não sei como aquela manifestação popular começou e nem como iria acabar. E o pior é o que eu não entendia o que estava fazendo naquele meio. Alguém saberia me explicar?
Percebi, encostada num muro daquele praça, uma cadeira de plástico branco solitária e tratei de me sentar sobre ela, e continuei observando e pensando como tudo aquilo estava acontecendo.
As pessoas aclamadas em gritos de guerra eram variadas e não percebi que se tratava de movimentos de protestos contra o presidente da República, contra o ex-presidente, contra o governador, contra o prefeito, contra tudo e contra todos. Até parece que a política havia terminado e agora era gritar e gritar alto para mostrar liderança, etc.  Nada disso. A polícia veio e começou o empurra-empurra para acabar com aquela multidão em que se transformou a pequena concentração de jovens, naquela praça.
Faz meses que as coisas aconteceram e a presidente foi mandada para a casa, o vice-presidente assumiu o poder, houve eleições municipais, etc e o povinho continua se manifestando contra tudo e contra todos.
Num país como o Brasil, essas coisas são difíceis de serem colocadas em ordem, porque em Brasilia a sede do Legislativo, as desavenças continuam como se  num tom musical desafinado e difícil de ser entendido.
Levantei-me daquela cadeira e com muita calma fui caminhando em direção de onde não sei, na esperança de encontrar um certo silêncio, mas percebi que somente isso seria certo no passar de mais algumas horas.
Posso garantir que agora, deitado em minha cama, não consegui entender nada do que havia acontecido.
Sem perceber, entrei no meio da confusão e saí dela carregando uma bandeira vermelha em uma das minhas mãos e um lenço branco na outra mão.
Aprendi. Agora, para sair de casa devo escolher melhor para onde vou e tomar cuidado com. . . deixemos isso pra lá. Tá?

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