segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

APRENDER COM O CIÁTICO

Encontro o Daniel perto da minha casa. Percebo que ele tem dificuldades ao andar.
- O que foi que aconteceu com você? - perguntei.

- A idade está chegando para mim e começo a sentir alguma dificuldade ao caminhar porque as dores nas duas nádegas são agudas.
Lembrei-me que há dois anos, ao atingir os meus setenta e cinco anos, as minhas nádegas doiam com um sintoma da inflamação do nervo ciático, indicando o aparecimento da principal doença de qualquer idoso.
- Posso indicar algo para você?
Daniel olhou para os meus olhos e me espondeu:
- Pode!
Procurei um lugar para sentarmos e ao encontrar um pequeno banco de madeira, sentamos e eu comecei a indicar.
- Primeiro. Não use nada para aquecer o local ou o músculo que está doendo. E nem use calor na cervical em hipótese alguma.
- O que eu faço?
- Compre um massageador fisioterápico e peça para a sua mulher passa-lo duas ou três vezes ao dia sobre os locais doloridos.
- E depois?
- Coloque gelo nesses locais durante cinco minutos até você sentir que está sendo tratado com a temperatura alaskiana.
- Alaska?
- Claro! Se é gelo que você está passando diretamente nesses locais dolorosos e a temperatura de uma pedra de gelo é igual a temperatura do Alaska, você concluirá que somente o Alaska cura os sintomas do nervo ciático. Ou não?
- Você quer dizer que eu devo me mudar para o Alaska?
- Nem tanto, mas você entendeu. Para inflamação muscular o gelo é a única alternativa e não o calor das compressas, etc.
A essa altura do nosso papo, fiquei observando e imaginando as dores que Daniel estava sentindo nos músculos glúteos, sintoma direto de inflamação do ciático.
Aquela cena me levou à lembrança das minhas dores ciáticas e fiquei com pena do meu amigo.
- Você está usando alguma bengala para se locomover?- perguntei.
- Sim.
- Continue a usar as bengalas, mas force sempre um pouco a musculatura das pernas para que elas acostumem novamente aos movimentos de flexão e extensão, independente das dores sentidas.
Mesmo dando tais conselhos, confesso que fiquei ainda com maiores penas do Daniel. Eu sabia como eram essas dores e lembrei do meu sofrimento meses e meses em repouso em minha casa.
Contei ao Daniel como as dores do ciático abalam as estruturas das pessoas e ele teria que enfrentar horas e dias até que o tratamento que eu lhe indicara começasse a fazer efeito.
Tentei puxar conversa sobre muitos assuntos mas Daniel estava mal e só pensava nas dores sentidas. Muito difícil para ele.
Alguns minutos depois eu me ofereci para levá-lo até a sua casa com o meu carro. Ao aceitar a oferta e se acomodar no meu veículo ele exclamou:
- Eu iria chamar um Taxi porque caminhar com essas dores seria impossível. Ainda bem que eu encontrei você.
- Eu sei e entendo. Já passei por isso. Vamos lá. Entre devagar, sente-se e coloque o cinto de segurança. Ele obedeceu.
Liguei o meu carro e o levei até a casa dele.
Depois que eu o deixei fiquei pensando sobre a nossa vida de gente ou pessoal. Depois dos sessenta ou setenta anos de idade, o nosso conjunto muscular costuma se afrouxar, e para mais de sessenta por cento das pessoas, relaxamos e procuramos cadeiras, camas, sofás,etc para podermos nos encostar e enfrentar o dia-a-dia. 
Isso não é bom. Temos que nos movimentarmos e procurarmos os exercícios adequados para suportarmos a nossa velhice que já se anunciou. E depois do anúncio, as dores musculares e a frágil estrutura óssea reclama para todos nós indicando cuidados e mais cuidados para não cairmos e iniciarmos os procedimentos aos exercício físicos compatíveis para cada um de nós.
Daniel deverá, em poucos dias, sentir-se melhor pois decorou tudo o que leu e procurou fazer para evitar as dores do nervo ciático e suas influências diretas nos glúteos. É bom lembrarmos que todo cuidado é pouco e este mesmo cuidado poderá indicar o melhor caminho para que vivamos mais alguns anos, felizes e sem dores, não nos importando se somos idosos com sessenta, setenta, oitenta, ou noventa anos. 

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