quarta-feira, 10 de julho de 2013

QUISERA DEUS . . .

                                                                                     Aldo Zottarelli Júnior
                                                                                      ( Especial para o JC)                                      

Quisera Deus que eu tivesse o dom de ouvir muitas coisas e não passasse as mesmas para frente, porque isso é coisa de quem não é fofoqueiro. No entanto, há  os que ouvem um conto e aumentam um ponto.
Eu não vou aumentar nada daquilo que ouvi, mas vou contar.
Em um país das Américas, muito conhecido pelas suas belezas naturais, o povo elegeu para seu presidente uma figura muito querida da classe pobre, por haver prometido o mundo e os fundos  para mudar e melhorar essa classe social dos esquecidos(?) e fazer com que todos vivessem de forma igual, numa espécie de socialismo impossível de ser real nos dias atuais.
Entretanto, ele tentou e obteve os seus objetivos, sendo que o maior deles era o de ficar bem de vida pra caramba e fazer do seu filho o mais rico empresário agropecuário do país.
Ficou tão acentuado o bem querer do povo para com a sua pessoa que ele conseguiu fazer de um poste o seu sucessor ou sucessora, numa eleição limpa onde as promessas foram exageradas. O povo acreditou mais uma vez e fez a festa com o resultado daquelas eleições.O criador elegeu uma criatura incompetente, ora pois,pois.
Depois de alguns meses longe do poder, esse Mídias contraiu uma doença grave conhecida como câncer na sua garganta, deixando o povo deveras preocupado. ( Gostei do deveras). Os especialistas em oncologia de cabeça e pescoço sabiam que era um caso difícil de ser enfrentado e seguraram a barra. O homem, talvez, estivesse condenado. Seria mesmo?
Rezas e orações de um povo temente a Deus tomaram conta dos mistérios da fé e dos poderes espirituais. Até macumba foi feita para curar o poderoso chefão. É mole?
O homem reagiu e melhorou graças a um potencial ataque da quimioterapia, da radioterapia e de outras pias. Foi constatado que ele conseguiria uma espécie de sobre-vida de mais alguns anos, dependendo, tão somente, do acompanhamento de um tratamento intenso para a sua cura, com exames periódicos de toda natureza.  O caso desse paciente somente ele e os seus médicos conhecem e agora  procuram manter o maior sigilo possível.
Descobriu-se que nos últimos dias, ele comparece a um hospital, depois da meia noite, para o tratamento quimioterápico intensivo, sem a possibilidade de que alguém venha saber da sua doença e, com isso, para que esse problema não seja explorado politicamente.
Diriam os exagerados que seria um caso de segurança nacional. Pois é!
No próximo ano, haverá eleições para presidente e isso é muito importante para o seu partido político que já está no comando do poder há 12 anos e quer se perpetuar no dito cujo.
É bem possível que esse segredo possa ser descoberto e a sua divulgação prejudicará,sem dúvida alguma, o partido político daquele que pretendia voltar a ser presidente. Pelo menos, já estariam sendo confeccionadas as faixas e os  panfletos pedindo a sua volta. E se ele não puder voltar, quem será o indicado para substitui-lo? O poste que ele elegeu como seu substituto e que pretende também se reeleger, sem ter apresentado um mínimo de competência para presidir um país? E agora?
Quem diria que as coisas pudessem se complicar dessa maneira? Justamente ele, que um dia foi proclamado o pai dos pobres e apontado pelo presidente de uma poderosa nação como "o cara". Até a Organização das Nações Unidas reconheceu a popularidade desse "cara" no planeta.
Tudo está sendo trabalhado em silêncio pelos médicos, pelo hospital e pelos políticos próximos do "doente" para que as coisas caminhem para um final feliz.
Aqui é que mora o perigo.
Final feliz para quem?  
Para o paciente? Para os médicos? Para o Hospital? Para os correligionários do seu partido político? Ou para o povo que não quer repetir o erro de eleger um governo que naufraga nas mentiras levianas e hipócritas, destruindo o que há de mais sagrado numa nação: a confiança do povo para com o seu governante.
Quisera Deus que eu. . . quisera o quê mesmo?

                                                            O autor é educador, escritor e músico

                                                            E mail: aldozottarellijunior@gmail.com

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