domingo, 26 de junho de 2016

OUTRA VIDA VIVIDA.

OUTRA VIDA VIVIDA

Neste instante, estou sentado numa cadeira bastante dura feita de madeira de lei, observando o nada que tento descobrir o que é e acabo encontrando o seguinte significado; o nada significa nada e de nada já ando cheio.

 Se alguém sabe o que o nada significa, ligue para o meu telefone que eu não tenho e nem tão-pouco sei qual o número correspondente. Pois é, tudo isso significa nada e do nada , repito, já ando cheio.
Há mais de quarenta dias estou internado por vontade própria e expressa  determinação do  meu médico de coluna, com as ordens de ficar sentado ou deitado com pouquíssimos movimentos, para começar um longo e imperioso tratamento, para acabar com  as tortuosas dores na coluna, na altura da cintura, com irradiação pelos grandes glúteos indo até próximo ao que conhecemos como o "fio fó". Como dói, ah Meu Deus! Será que o Senhor já conhece ou sentiu uma dor parecida? Ele disse que sim e que ela quando aparece é como a de um parto. É mole? Pois é.
Ninguém gosta de cuidar de alguém com mais de setenta anos de idade e incluindo ainda a um tratamento da doença de câncer.
Este último é de lascar, principalmente quando ocorre no reto, trazendo condições complicadas nas relações entre o doente e as suas funções intestinais e até renais. Como? A barriga aperta e você faz todos os movimentos de contratação para tentar expulsar suas fezes e elas se prendem na saída. Ou ainda, você não quer ir sentar no "assento real" do banheiro e o "bicho" fica anunciando que está na saída e então. . . já imaginamos o que acontece : lavagem obrigatória da cueca.
Pois é. Com pequeno comprometimento adjucado às  funções renais se dá a mesma coisa: "quando um não quer, dois não se complicam" deveria ser a regra. Mas isso não acontece e quem paga é sempre. . . o doente. 
Sentar no citado "troninho", até com certo cuidado, poderia ser um descanso, mas os glúteos, ao serem contraídos ficam doloridos para valer. E como doem!
Mas para que lembrar de fatos ruins e dolorosos? Vamos aos outros compensatórios.
Ora, compensatórios para o doente é algo impressionante. Mas como?
Vou lembrar que, ao me esticar numa cama e tirar uma soneca, os sonos aparecem de maneira incrível. Os sonos da noite trazem imagens nunca antes reveladas ou nunca antes apresentadas, aos nossos olhos e ao departamento de arquivo da nossa mente. 
Queria explicar ou demonstrar algum deles. Impossível, as  dores não deixam.
Entretanto, se as dores "glutuais" deixarem, o que eu não acredito, as coisas vão ficar como estão e o desejo intermitente de alguém, com tais dores, continuar vivendo e. . . sofrendo.
Né, não?

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