Aldo Zottarelli Júnior
O caixa daquele banco sorriu para mim e me informou que seria impossível atender ao meu pedido e me encaminhou ao seu supervisor.
Este, um jovem e promissor bancário, muito bem vestido, analisou o meu pedido e sorriu. Depois, se desculpou e me encaminhou ao gerente adjunto daquela agência.
Ao chegar junto da mesa onde se encontrava o tal gerente adjunto, senti que o meu pedido também seria recusado. Mas fui em frente. Ele me olhou e me mediu dos pés à cabeça como se eu fosse um manequim, deu uma piscadinha com o seu olho esquerdo e sorriu. Infelizmente, para ele também, o meu pedido não poderia ser atendido. Ao me ver desconsolado e triste me encaminhou ao principal gerente daquela agência.
Antes, porém, eu teria que me identificar com a sua secretária e informá-la sobre o que eu queria. Fiz isso e aguardei a sua reação:
- Dificilmente o seu pedido será atendido pelo meu gerente, meu senhor. ( Afinal, o gerente era dela ou do agência? Aí tem algo estranho.)
- Por que? - eu perguntei.
- Somente ele - balançando a sua cabeça em direção do gerente, completou - poderá explicar e justificar tal negação.
Ao me aproximar do gerente, que já havia recebido a informação da secretária sobre o meu pedido, ele me convidou para me sentar numa das duas poltronas à frente da sua mesa e me explicou:
- Hoje, estamos recebendo a visita do nosso gerente regional para a verificação dos nossos serviços e tirarmos algumas dúvidas deste complexo trabalho de uma agência bancária.
- Tudo bem. Eu espero o senhor atender o seu gerente regional.
Aí, deu um estalo na minha cabeça e lhe disse:
- O senhor poderia aproveitar a presença do seu superior e talvez o meu pedido possa ser atendido. O que o senhor acha?
O gerente me olhou e sorriu.
Caminhou em direção do seu superior e ambos passaram a conversar baixinho. Logo em seguida, o gerente da agência veio em minha direção e me disse:
- Meu caro, desculpe te-lo feita esperar. Tentei convencer o meu superior sobre o seu pedido e ele me informou que a diretoria do banco jamais aprovaria o seu pedido.
- Mas porque?
- Não sei lhe explicar. Mas se o senhor quiser, eu lhe dou o endereço da diretoria do banco em São Paulo, onde o senhor poderia ir até lá e fazer o seu pedido. É o máximo que posso fazer.
Percebi que a coisa iria se complicar se eu aceitasse a idéia de ir até a sede do banco. Agradeci a atenção que o gerente havia me dispensado, e saí daquele local reclamando baixinho e xingando todo mundo por não ter o meu pedido sido atendido por um dos maiores bancos do mundo. Repito: do mundo, mesmo!
Vocês querem saber o que eu queria pedir ao banco?
Pois bem, lá vai. . . eu me esqueci!
O autor é educador, escritor e músico
e mail: aldozottarellijunior@gmail.com