quinta-feira, 31 de maio de 2012

CONVERSA DE BICHARADA

Então, o Rei Leão chamou os seus súditos.
Ali estavam a onça, o tigre, o elefante, o jacaré, e outros menos votados ,que formavam o Conselho de Amigos do Leão - CAL. A finalidade era a criação de um outro tipo de conselho que teria a missão de ouvir a comunidade de toda bicharada do universo e trazer para a administração leonina as suas pretensões, para que a vida fosse melhor para todos, com os devidos cuidados com a alimentação, habitação etc. Daí, surgiu no meio da floresta o movimento animal em benefício de todos os seus habitantes.
Aqui vai uma ressalva: animal racional não entra porque esse tipo de animal pensa demais e acaba se corrompendo e prejudicando o tal movimento. Assim, nós os humanos ficamos de fora!
Que coisa. Nem os animais confiam nos homens. Somente o cachorrinho continuará fiel e mais ninguém. Não sabemos até quando. É a vida!
Rei Leão chamou a garça, a sua mais bela assessora e lhe pediu um relatório do que estava ocorrendo na criação dessa espécie de Câmara dos animais da floresta
"Majestade. Estava tudo caminhando muito bem mas surgiu um problema", disse a garça.
"Qual o problema?"
A garça abriu as suas asas brancas e enormes e continuou:
"Veja, majestade, que as minhas asas são extensas e abaixo delas eu posso cobrir os interesses de muitas outras espécies que necessitam ser protegidas."
"Muito bem e daí?"
"Há outras espécies de animais que não tem asas e nem outro qualquer poder de defender os seus eleitores."
"Eleitores? O que é isso?"perguntou o Rei Leão.
Quando o povo animal se reúne para discutir as nossas necessidades, escolhemos os que trarão à Vossa Majestade a demonstração dos nossos problemas para que sejam resolvidos. Agora, com a criação dessa tal Câmara Animal é necessário que aqueles que desejam fazer parte dela ,sejam escolhidos e votados."
"É tão complicado assim?" perguntou o Rei Leão.
"Majestade. Para ter o cargo nessa Câmara o animal interessado terá que fazer campanha entre outros animais para ser votado e eleito"
"Campanha? O que é isso?" perguntou o Rei Leão.
A garça se acomodou melhor. Fechou definitivamente suas asas e explicou.
"Majestade. O animal interessado em ocupar um cargo na C.A. está interessado, e muito, em ir além disso, ou seja ganhar a remuneração do cargo. . ."
"Remuneração? O que é isso?" assustou-se o Rei Leão.
A garça fingiu se engasgar e explicou.
"Trata-se de um pagamento oficial pela atividade da representatividade animal na C.A. "Hoje, em qualquer floresta, ninguém trabalha sem ganhar nada em troca"
"E como é pago esse trabalho?. Quem paga?"
"O povo!"
"Que povo?"
"Nós todos que existimos neste mundo animal".
O Rei Leão fechou os olhos e pensou sobre o que havia ouvido da assessora garça. Lembrou-se que ele e os demais eram animais irracionais e não cabia a eles a importância da criação de uma Câmara, porque em suas reuniões terão que pensar, tornarem-se racionais e chegarem às conclusões tão absurdas que iriam figurar, provavelmente, nas manchetes estonteantes e até comprometedoras sobre o mundo animal. Ficaremos todos corruptíveis e marcados por isso,etc. Ninguém mais iria confiar nessa espécie de animal. Ele abriu os olhos e encarou a garça e ordenou.
"Se essa espécie de animal, que não sabemos nunca se é racional ou irracional, ficará à mercê das suas vontades de mandar e discutir, tudo é possível acontecer. Até farras nos incentivos, nos cofres do reino, nos gastos do reino, nos bens escondidos nas cuecas e aumentos indiscriminados mensais com bases na corrupção desses membros da C.A , seria melhor tomar uma,  entre as duas medidas que estou pensando agora: fechar a C.A e mandar os seus atuais membros para a floresta, ou dar a eles o apelido de fichas sujas e nunca  mais farão parte da C.A. Que tal?"
A garça olhou bem para o seu Rei e afirmou:
"Embora irracional, Vossa Majestade acabou de tomar uma sábia decisão". 
E pensar que isso existe. . .mesmo!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

ESTAMOS CONVERSADOS!

Até o meu celular tocou várias vezes para que muitos amigos e amigas me cumprimentassem pela idéia de acrescentar a palavra "orquídeas" no apelido de Rio Claro. Confesso que me emocionei.
Engraçado como são as coisas. Por mais simples que elas sejam, nós embananamos quando queremos explicar sobre essas coisas.
Será que somente a minha pessoa havia pensado em dar um realce na qualidade e beleza do nome desta cidade tão querida?
Que nada, podem ter certeza, de que outras idéias, tão melhores que a minha, já surgiram no panorama social e político e que não lhe deram a devida atenção. Sabem por quê? Vou tentar explicar.
Há algo que Deus colocou em nossas almas e que nos leva a nos concentrarmos melhor ou pior no que deveríamos fazer. Sim, quando eu digo "pior" é pior mesmo, porque nós sempre temos alguma coisa de pior ou de mal dentro de nós. Pode ser que não nos manifestamos de imediato, mas elas existem e como.
É!
 Entretanto é importante sabermos que as coisas boas e más somos nós que plantamos em cada um de nós.  É evidente que iremos, no futuro, colhermos o fruto que plantamos e aí é que a vida nos pega.
Dizia o meu avo que "quem planta ventos, colhe tempestade." Alguém duvida?
Impressionante como nos conhecemos muito bem uns aos outros. E, mesmo assim, ainda teimamos em andar cambaleantes na busca do melhor para nós e o pior para os outros. Será?
Todos os dias recebemos mensagens de alegria, felicidades, saúde,etc  e vamos em frente e nos esquecemos das ruins. Não é mesmo? Pois é?
Lembrem-se que, ao nascermos, ganhamos os pontos de melhor e de pior e tudo fica por nossa conta aplica-los. Essa aplicação não nos diz respeito à nossa saúde ou à nossa felicidade. Nada disso. A escolha é nossa e sabemos que a aplicabilidade da sua escolha será sempre de cada um,  não nos importando com os outros? Será?
Um dia virá a verdade e iremos conhecer realmente o que significa o "bem querer" e a"inveja". A escolha será nossa. Somente nossa!
Crescemos assim e todos que nos conhecem esperam de nós o nosso querido "bem querer". É para isso que nos foi dada a escolha do melhor. E nós vamos em frente.
Se eu, um dia,  inventei ser a minha Rio Claro, a cidade azul das orquídeas, há tantas coisas melhores e que virão de cada um sobre o que de melhor existe.
É para lá que vamos. Sempre em direção ao melhor.
O pior que fique com os invejosos e sem escrúpulos que insistem em querer ficar do outro lado.  O lado negro da "força espiritual". 
Nada disso. Nosso caminho é rumar para frente na busca de melhores caminhos para todos.
E, estamos conversados.

terça-feira, 29 de maio de 2012

CIDADE AZUL DAS ORQUÍDEAS

Com os meus quinze anos de vida, e na semana de comemoração do aniversário da minha cidade, tinha o costume de me dirigir ao chafariz do índio, no jardim central, para visitar mais uma exposição de orquídeas dos rio-clarenses.  Era lindo demais.
Aliás, nem a rosa, que muitos consideram a rainha das flores, alcançou uma majestade maior na beleza natural do que uma simples orquídea.
Com o passar dos anos, e o uso do cuidado de cultivar esse tipo de flor, a orquídea alcançou o maior de todos os passos que um orquidófilo, por mais simples possível, deu nesses cinquenta anos.
Hoje, o amor ao cultivo dessa maravilhosa planta em todo o Brasil e nas exposições esparramadas em várias cidades brasileiras, nos tem demonstrado que a cidade que mais prêmios ganha nesses encontros é Rio Claro, no Estado de São Paulo.
Diante disso, a antiga fonte do índio, no jardim central de Rio Claro, tornou-se pequena demais pelo número de orquidófilos rioclarenses que surgiam ou que durante a semana de aniversário da cidade, participam de sua exposição anual numa festa de beleza e de até, diria. . . de galhardia das orquídeas.
Êta flor maravilhosa e amorosa.
Digo amorosa, porque certa vez um orquidófilo me mostrou uma linda orquídea e me pediu que eu me concentrasse naquela beleza e procurasse sentir alguma coisa na alma. Obedeci e fiquei encarando a flor. Senti ,em segundos, que nos dois, eu e a flor estávamos nos amando! Incrível!
Experimente! Nenhuma flor lhe dará tal sensibilidade. Somente a orquídea.
E vai ano e vem ano e as exposições anuais de orquídeas de Rio Claro tornaram-se internacionais. E, eu ali, ohhhh!, acompanhando todas as exposições.
Tentei saber o porque de Rio Claro ser sempre a invicta cidade na criação de orquídeas.
Tudo porque o seu clima e principalmente em junho, é o mês que interfere beneficamente na estrutura e na beleza das orquídeas.
Que coisa boa, meu Deus.
Agora sei que ao chegar os meses de maio-junho, as orquídeas espalhadas pelo jardim da minha casa ficam mais bonitas. É o ar da cidade que abençoa a beleza da flor.
Há alguns anos, lancei o apelido de Cidade Azul das Orquídeas para Rio Claro, durante o Jornal da Manhã da Rádio Excelsior Jovem Pan Sat. Muita gente gostou e adotou tal apelido. Até a prefeitura mandou plantar orquídeas nos jardins da cidade, em homenagem às orquídeas, durante a semana de comemoração do aniversário de Rio Claro.
Ao deixar a emissora radiofônica, o apelido da cidade voltou o ser o seco "Cidade Azul".
Fiquei triste porque qualquer cidade que tenha um céu azul se tornaria o seu apelido e não ouvi mais o nome das orquídeas, quando se falava em Rio Claro.
Entretanto, nesta manhã, recebo o programa oficial da Secretaria da Cultura de Rio Claro e logo abaixo estava o brasão da cidade e o seu respeitável apelido: a cidade azul das orquídeas.
Em seguida, fiquei sabendo que a atual administração municipal já adotou o novo apelido e os novos ônibus serão também estampados: cidade azul das orquídeas.
Que honra teria cada rio-clarense em saber que a sua cidade é a capital da mais bela flor do mundo.Não é mesmo?
O ideal seria plantarmos mais orquídeas pelos jardins, praças, etc, ou em nossas casas, para jamais nos esquecermos que Deus nos deu a felicidade de vivermos  numa bela cidade que agora terá, em definitivo,o apelido de ser a cidade azul das orquídeas. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

ERA OU AINDA É UMA VEZ

Um dia, o conhecido e falecido político brasileiro Jânio da Silva Quadros conversava com um de seus assessores que, por ventura, foi um grande amigo da minha adolescência  e confessava que ele admirava os "meios" político e artístico que tinham que procurar, constantemente, os caminhos da fama para  continuarem a ser conhecidos e buscar as suas jornadas maiores. 
E não é que aquele figuraça, grande professor da língua portuguesa, tinha razão.
Desde que abandonou o cargo de Presidente da República do Brasil, Jânio tentou e conseguiu se eleger prefeito de São Paulo e, neste cargo, incomodou muita gente.
O homem simplesmente era impossível de deixar de se fazer notado, comentado e criticado.
Nas entrevistas com os jornalistas, evitava alguma crítica negativa ao inimigo porque sabia que um dia os dois poderiam estar caminhando juntos. A sua resposta sobre um adversário era sempre a seguinte: " É um homem bom".
Confesso que eu era mais admirador do seu grande adversário político, o governador Adhemar de Barros porque gostava da maneira como este realizava obras e mais obras pelo interior paulista.
Ao perceber as dificuldades, em criticar o ademarismo, Jânio lançou a sua famosa "varre,varre vassourinha" como o único caminho para vencer e varrer o seu antagonista apelidando-o de ladrão. E falava de tal maneira  abertamente  que, em pouco tempo, Adhemar  foi obrigado a retirar-se para o Paraguai e lá ficou aguardando ser considerado inocente pela Justiça brasileira das calúnias dos janistas, para voltar e ganhar as eleições para prefeito de São Paulo, com apoio financeiro, inclusive, do governo paraguaio. Pouca gente sabia disso.
Jânio e Adhemar foram dois políticos que incentivavam a publicidade de seus nomes a fim de ser evitado o esquecimentos  e, com isso,  a morte da vida política.
Até com a vinda  dos militares no poder, e das disputas entre a direita e a esquerda brasileiras,  o nome de Adhemar surgiu forte. Foi quando um grupo de esquerdistas ,e entre eles diriam ter estado a atual presidente Dilma, roubaram um cofre no Rio de Janeiro cheio de dólares,e de propriedade do político paulista, para cobrir às despesas do movimento esquerdista brasileiro que desde as eleições livres e diretas se mantém no poder governamental do país.
Pois é. 
"Tudo mudou", diriam alguns.
Não penso assim. Acredito apenas que os homens mudaram algum comportamento diante do que vemos e ouvimos sobre Brasilia e Cia, Ltda.
Se antes, um político forte como Adhemar, fugiu para o Paraguai para que a Justiça fizesse Justiça sobre os fatos que o acusavam de alguma coisa, hoje, anos depois observarmos que os valores da corrupção e do desvios dos milhões  caem como movimento das  "águas das cachoeiras" e escorrem pelos dedos da mesma  Justiça, também bastante modificada e abertamente posicionada como a grande interessada  na existência da política de atos comprometedores. Claro! Os ministros foram nomeados, inclusive pelo Presidente da República, que acaba entrando no molho sujo e corrupto de seus amigos e companheiros de partido políticos. 
Sabem quando os "cachoeiros da vida"e outros serão julgados e condenados?
Pois é.
Saudades dos tempos do Jânio e do Adhemar. Não é mesmo?