Ajudem-me, por favor.
Leio a sentença de uma juíza paulista, numa ação criminal realizada tendo dois meliantes como réus.
O caso aconteceu no estacionamento de um shopping, em São Paulo, quando ao se aproximar do seu veículo, ali estacionado, o vítima foi abordada pelos dois bandidos que a obrigaram a entrar no seu veículo e foram dar umas voltas. Chegaram diante de um caixa eletrônico e sacaram, do cartão da vítima, a quantia de 200 reais. Em seguida, pegaram o dinheiro e sumiram.
A senhora assaltada chamou a polícia e, momentos depois, os bandidos foram capturados.
Na ação penal, vem a sentença da juíza: onze anos de cadeia e mais o pagamento de vinte mil reais de indenização por danos variados, etc.
É aqui que eu peço socorro. Se os bandidos foram condenados a ficar na prisão por onze anos por tentarem roubar duzentos reais, como eles irão fazer para pagar os vinte mil reais à vítima?
Não irão pagar, é óbvio, diriam alguns.
Alguém sugeriu que eles podem assinar uma nota promissória, com vencimento após o cumprimento da pena carcerária. Se houver juros e correção, eles também terão que pagar. Promessa é dívida. Pedras e pau neles.
É complicado ou não é?
Leio mais notícias dos jornais e revistas e vejo pessoas atirando pedras e pedaços de madeira em soldados, num gesto contra as decisões de seus governos, etc. Tudo acontecendo lá pelos lados do Oriente Médio. Pô, meu! Tudo acontece por aqueles lados.
Essas brigas de rua, entre soldados e o povo, podem acabar numa pequena revolução que nunca irá chegar a fim algum. E lá, os povos são heróicos e guerreiros, desde os tempos bíblicos.. . Antigo Testamento, é claro!
Já imaginaram algo semelhante nesta Ilha de Vera Cruz ou Terra da Santa Cruz?
Pois é. Aqui, posso garantir que somos também guerreiros e num caso como esse, estaremos prontos para nos movimentarmos para gritarmos, como D. Pedro I gritou aos seus comandados, junto às margens do Ipiranga, em São Paulo: MATO OU MORRO!!!
Ou seja, fugimos para o mato ou para o morro na busca da dignidade que a cada eleição perdemos um pouco dela.
A condenação dos dois bandidos, sentenciada pela juíza, há semelhanças na Ilha da Fantasia, no Planalto Central. Só que aqui os condenados continuam livres das celas, assinando presenças nas sessões camarárias do Poder Legislativo e ganham seus salários mensais bem superiores ao estipulado na pena dos dois condenados.
Não sei se feliz ou Infelizmente, as nossas reações sempre foram pacíficas e, provavelmente, deverão assim continuar porque o samba e o futebol fazem com que esqueçamos dessa anomalia democrática. E olha que não citei as nossas mulatas.
Há solução para o problema? Poderá existir, desde que não venha na forma de alguma sentença igual a da juíza paulista, porque assim nunca poderia ser cumprida.
É necessário darmos a cara pra receber uns tapas e segurarmos a vergonha dentro de nós que gera sempre a nossa dignidade. E sem essa dignidade a coisa fica complicada.
Não para os nossos políticos que não tem nem cara, nem vergonha e nem dignidade. Claro que há exceções. Mas são poucas para um país tão grande e tão rico como o nosso. Uma riqueza que, em todos os trezentos e sessenta e cinco dias do ano, é vilipendiada e roubada pelos que prometeram defendê-la. E, aqui, não se trata de promessa de uma nota promissória que tem o objetivo de pagar algo que se deve. É bem maior porque envolve a cara e a vergonha de um país e da sua gente ou melhor, a vergonha na cara, coisa rara de se ver.
Não é mesmo?
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