TUDO É FICÇÃO
Sou um amante da ficção, seja ela científica ou não. Eu gosto muito de ler, pensar e tentar viver nesse tipo de mundo.
Tudo para mim passa a ser melhor compreendido quando eu coloco uma pitada de ficção na panela do meu cérebro. E funciona. É fato!
Ficção é algo que está dentro de cada um de nós e que poucos sabem disso. É possível que possa ser interpretada como um sonho impossível de ser realizado. Mas ela existe, como o sonho existe. Depende da capacidade intelectual ou mental de cada um de nós para transformamos tudo isso em realidade.
Através da ficção alcançamos e entendemos a perfeita tecnologia científica existente como a responsável pela existência do nosso planeta ou do universo. Isso é muito importante para a vida. Os sonhos de ontem podem se tornar uma realidade marcante se soubermos explorá-los e isso não é difícil. É necessário apenas acreditar nas possibilidades de torná-los concretos, reais. Acreditar sempre!
E assim vamos em frente, ou melhor, eu vou em frente diferenciando-me de muitos que não acreditam na ficção e brincam comigo chamando-me de sonhador, visionário,etc. Esses ficam na espera de "algo acontecer" para perceberem a existência de uma filosofia de vida que venha, um dia, explicar para eles o que significa a ficção. Na realidade, trata-se de um conceito complicado e, acima de tudo, individualista porque cada um sente a sua presença de maneira pessoal.
Eu mesmo, pela manhã, quando me vejo diante do espelho do meu banheiro, sorrio e cumprimento a imagem que está nele. Vocês sabem que, às vezes, eu ouço a resposta na forma de " bom dia!" É verdade! Quantos, como eu, não fazem e sentem a mesma coisa. São pessoas que sonham e realizam os seus sonhos protagonizando, como um ator coadjuvante a chegada da ficção que irá transformá-los em realidade.
A ficção é algo invisível mas sensível e aguardada. A realidade é apenas é um fato real para cada um de nós. A ficção é individualista e a realidade é comum, popular e consumidora de nós mesmos. Deu pra entender? Pois é!
A realidade brota como o fruto de um sonho que experimentou a sua nova forma no campo da ficção.
Pode ser que, as vezes, essa experiência não seja aceita ou aprovada. Mesmo assim, a ficção que nos levou à ela sempre continuará existindo. Incrível! É o poder da ficção dentro e sobre nós. Sobre tudo!
O poeta e escritor Jaime Leitão abre o seu livro "Histórias Concisas" com a seguinte frase:
"Tudo é ficção, até a realidade."
Primeiro é preciso sonhar. Depois, passar do sonho para a ficção é algo palpável e fácil de acontecer. Poderá ser mais fácil ainda, tentar transformar essa ficção em realidade. A regra é uma só como a sua fórmula também é única: "Sonhou, pensou, acreditou,
então. . . faça!"
CANCER
De seis em seis meses, estou novamente neste mesmo lugar.
Ele mudou um pouco porque antes abrigava apenas 50 ou 60 pessoas na sala e, agora, mais de duas centenas de pacientes estão sentados esperando ser atendidos.
Cheguei naquele local e, como sempre, fui atendido por duas senhoras com jalecos de cor de rosa e com sorrisos nos lábios. Passaram às minhas mãos o número da minha senha de atendimento. Outras senhoras, como elas, estão espalhadas naquele edifício prestando um serviço maravilhoso de amparo e amor ao próximo. Elas são as voluntárias de uma rede de combate ao câncer.
Entrei naquela sala enorme e fiquei esperando o chamamento do número da minha senha. Olhei para os lados, como faço todas vezes que lá estou e comecei a identificar o ambiente como de muita tristeza, com um silêncio diferente que faz doer o coração.
Percebo e me concentro nos olhares que se cruzam à minha frente ou que se chocam com os meus olhos, vindos de pessoas das mais variadas idades traduzindo, talvez, o susto ou a incógnita que tentam entender e não conseguem porque se perdem no espaço infinito de um além ocupado por almas assustadas. Cada um com o seu problema. Dali, após a consulta com os médicos vestidos de branco, sem esboçar sorriso algum que possa comprometer o seu diagnóstico, poderá começar uma nova maneira de se viver ou de enfrentar uma pré-condenação à morte.
Vi crianças com curativos enormes em suas faces como vi também, um senhor com metade do seu rosto. A outra metade a doença lhe havia consumido.
Idosos acompanhados de seus filhos ou netos que amparam o corpo já cansado daquele pai ou avô e lhe emprestam um sorriso que, naquele momento, não é correspondido. O velho homem sabe o que tem e não acredita mais na sua recuperação.
Mas, mesmo assim, naquele Hospital, muitas e muitas curas do câncer foram confirmadas e parece que apesar do aumento do número de pacientes, a maioria dos sucessos começou com consultas como aquelas feitas naquele local.
Pesquiso entre os pacientes que, como eu, aguardavam serem chamado e constatei que 90% deles contraíram o câncer através do vício de fumar.
Então vem a pergunta. Porque existe ainda, neste país, as fábricas de cigarros,cigarrilhas e charutos se esses produtos estão acabando com a população brasileira? O câncer só está esperando a oportunidade para atacar. E pensar que os viciados não acreditam que o fumar causa o câncer. Um dia saberão, com certeza! Isso é impressionante.
Depois da minha consulta, onde o médico me informou que estou curado, saí agradecido a Deus pela proteção concedida. O meu câncer foi proveniente de um trauma de uma prótese dentária que feriu os tecidos da minha língua. Se a doença tivesse sido adquirida através do vício de fumar, era bem possível que a cura seria mais demorada e com possibilidades de generalizar e se espalhar para outros órgãos, etc.
Na porta da saída principal daquele lugar, onde há lutas constantes e árduas contra o câncer, vi jovens e alguns funcionários fumando na calçada como se aquele hospital e a sua finalidade não existissem.
Então pensei: " É bem possível que, um dia, aqueles que ali estão fumando, entrarão por aquelas portas para serem atendidos na mesma sala onde estarão outros pacientes e talvez seja possível que o diagnóstico venha a ser o pior para eles. "
Aí, poderá ser tarde demais.
Não é mesmo?
PRIMAVERA
CANCER
De seis em seis meses, estou novamente neste mesmo lugar.
Ele mudou um pouco porque antes abrigava apenas 50 ou 60 pessoas na sala e, agora, mais de duas centenas de pacientes estão sentados esperando ser atendidos.
Cheguei naquele local e, como sempre, fui atendido por duas senhoras com jalecos de cor de rosa e com sorrisos nos lábios. Passaram às minhas mãos o número da minha senha de atendimento. Outras senhoras, como elas, estão espalhadas naquele edifício prestando um serviço maravilhoso de amparo e amor ao próximo. Elas são as voluntárias de uma rede de combate ao câncer.
Entrei naquela sala enorme e fiquei esperando o chamamento do número da minha senha. Olhei para os lados, como faço todas vezes que lá estou e comecei a identificar o ambiente como de muita tristeza, com um silêncio diferente que faz doer o coração.
Percebo e me concentro nos olhares que se cruzam à minha frente ou que se chocam com os meus olhos, vindos de pessoas das mais variadas idades traduzindo, talvez, o susto ou a incógnita que tentam entender e não conseguem porque se perdem no espaço infinito de um além ocupado por almas assustadas. Cada um com o seu problema. Dali, após a consulta com os médicos vestidos de branco, sem esboçar sorriso algum que possa comprometer o seu diagnóstico, poderá começar uma nova maneira de se viver ou de enfrentar uma pré-condenação à morte.
Vi crianças com curativos enormes em suas faces como vi também, um senhor com metade do seu rosto. A outra metade a doença lhe havia consumido.
Idosos acompanhados de seus filhos ou netos que amparam o corpo já cansado daquele pai ou avô e lhe emprestam um sorriso que, naquele momento, não é correspondido. O velho homem sabe o que tem e não acredita mais na sua recuperação.
Mas, mesmo assim, naquele Hospital, muitas e muitas curas do câncer foram confirmadas e parece que apesar do aumento do número de pacientes, a maioria dos sucessos começou com consultas como aquelas feitas naquele local.
Pesquiso entre os pacientes que, como eu, aguardavam serem chamado e constatei que 90% deles contraíram o câncer através do vício de fumar.
Então vem a pergunta. Porque existe ainda, neste país, as fábricas de cigarros,cigarrilhas e charutos se esses produtos estão acabando com a população brasileira? O câncer só está esperando a oportunidade para atacar. E pensar que os viciados não acreditam que o fumar causa o câncer. Um dia saberão, com certeza! Isso é impressionante.
Depois da minha consulta, onde o médico me informou que estou curado, saí agradecido a Deus pela proteção concedida. O meu câncer foi proveniente de um trauma de uma prótese dentária que feriu os tecidos da minha língua. Se a doença tivesse sido adquirida através do vício de fumar, era bem possível que a cura seria mais demorada e com possibilidades de generalizar e se espalhar para outros órgãos, etc.
Na porta da saída principal daquele lugar, onde há lutas constantes e árduas contra o câncer, vi jovens e alguns funcionários fumando na calçada como se aquele hospital e a sua finalidade não existissem.
Então pensei: " É bem possível que, um dia, aqueles que ali estão fumando, entrarão por aquelas portas para serem atendidos na mesma sala onde estarão outros pacientes e talvez seja possível que o diagnóstico venha a ser o pior para eles. "
Aí, poderá ser tarde demais.
Não é mesmo?
PRIMAVERA
Todos os anos, a primavera é a estação do ano mais aguardada. E quando ela chega parece que tudo se modifica. O céu fica mais azul, as flores começam a aparecer, o verde volta a ser verde nos gramados dos jardins e nas folhas das árvores nas florestas, os passarinhos cantam mais alto, há um perfume no ar, e tantas outras coisas que até parece que o mundo está nascendo de novo.
Sou da época em que a chegada da primavera era assim. Havia comemorações dentro das escolas onde, com muita alegria, trocávamos abraços e flores com os professores e com alguma aluna mais próxima. E tudo num ritmo alegre e gostoso. Eu diria até . . . romântico.
Percebia-se nos olhos dos jovens algo mais brilhante como se estivessem procurando e descobrindo aquele ou aquela que fazia os seus corações baterem em disparada. Era a descoberta do amor pelo garoto ou pela garota dos seus sonhos recentes. Para muitos, nascia o primeiro amor, fruto estimulado com a chegada da primavera. E a timidez, que explorava o sentimento de alguns, desaparecia e, em seu lugar, surgia a tentativa de se fazer a primeira corte para alguém do sexo contrário. E tudo dava certo. E como dava!
Quantos namoricos nascidos com a chegada da primavera se transformaram em namoros, noivados e casamentos, justificando ser essa, realmente, a bela estação do amor. Os meios de comunicação publicavam ou divulgavam histórias maravilhosas e românticas demonstrando ser a primavera a única e principal estação do ano para todos os seres racionais ou não. Sim, porque até os animais sentiam e devem continuar sentindo e respirando o ar perfumado e sexualmente perfeito para um acasalamento romântico inesquecível. E assim caminha a humanidade. Ainda bem que existe a primavera para coroar a vontade de viver em cada um de nós. Diversos poetas com seus versos e ensaios poéticos ocupavam e bem que poderiam continuar ocupando os espaços nos jornais ou outras publicações diárias. Infelizmente não vemos isso. É uma pena!
O que vejo e leio nas edições dos matutinos jogados na porta da minha casa, nesta manhã de início da primavera, é bem diferente. Vejam:
"Dupla assalta homem com criança no colo"; "Ladrões explodem caixa eletrônico num mercado"; "Estudante, portando o revolver do pai, atira nas costas da professora e se suicida"; "FMI vê piora no horizonte"; "Drogas nas escolas - professor terá que fazer exames anti-droga"; "Presidente da Argentina gasta 110 mil dólares na compra de sapatos"; "Criança estuprada pelo avô"; " Na Etiópia, milhares de crianças morrem de fome". E, assim, vamos em frente com essas manchetes que nos aborrecem no dia em que a primavera inicia o seu curso.
Se ontem as notícias eram agradáveis com a chegada da primavera, hoje acontece justamente o contrário, ou seja, tudo fica ruim para recebermos a bela e antes querida e florida primavera.
As flores vindas nos anos anteriores nos davam a esperança de um mundo melhor e bonito. Agora, com elas, vem o prenúncio de problemas, mortes, sofrimento etc. Será que é realmente isso que estamos vendo? Infelizmente a resposta será positiva.
Temos que fazer alguma coisa, ou não?
A primavera precisa voltar para cada um de nós como ela sempre foi. Pelo menos, nós sentimos que merecemos e queremos receber com alegria e esperança a chegada da primavera. Outra vez! Sempre!
Não é mesmo?
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