sexta-feira, 2 de março de 2012

JUSTIÇA DESVIRGINADA

Não dá mais para segurar!
Seria essa a frase que todos nós gostaríamos de estar falando e escrevendo, quando o assunto diz respeito à corrupção e a falta de compostura com a justiça paulista?
Enquanto o cidadão espera, há muito tempo, a liberação do que tem a receber em precatórios contra a Prefeitura Municipal de Rio Claro e que estão depositados e rendendo juros (?) em conta do Tribunal de Justiça, os jornais estampam, diariamente, o festival imoral feito com o dinheiro público e protagonizado por desembargadores da mais alta corte de justiça do Estado de São Paulo.
Vamos lá. Vejam:
A Comissão de Orçamento do Tribunal de Justiça de São Paulo constatou que desembargadores da corte receberam, nos últimos dez anos, verbas salariais atrasadas calculadas segundo índice de juros de 1%, o dobro do que a legislação determina.
A taxa deveria ser de 0,5% ao mês, de acordo com a comissão, que propôs a alteração do índice ao Órgão Especial do TJ, composto por 25 desembargadores, que ainda vai julgar o tema.
Presidente do TJ mandou investigar
Que coisa não é?
E tem mais: O Tribunal de Justiça de São Paulo, tomando uma posição imoral diante do povo paulista, recusa suspender os pagamentos a juízes privilegiados.
 Mas como? Juízes privilegiados? A lei não é a mesma para todos? Então para alguns juízes ela é diferente e estimula o aparecimento dos privilegiados?
Outra: O mesmo Tribunal investiga os pagamentos que foram feitos fora do contracheque a juízes. Ou seja, eles receberam duas vezes. Dois pagamentos? Como?
Querem outra? 
O Tribunal ainda investiga o recebimento de salários e agregados, num total de 600 mil reais, pagos a alguns juízes e desembargadores. Absurdo dos absurdos.
E para concluir, o Tribunal investiga pagamento suspeito a presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Agora, estourou a boca do la. . . digo balão!
Incrível, fantástico, extraordinário. Se há uma investigação é porque há algo imoral no ar. Ou não?
Cândido, o mineirinho, dizia sempre que "onde há fumaça, há fogo,  com certeza!" Dai. . .
Bandidos togados?
Se os padres José de Anchieta e Manuel da Nóbrega ensinaram os nativos das terras paulistas a se respeitarem e, sob a proteção de Deus, procurarem ser honestos e leais uns com o outros, não sabiam que, em algum dia, iriam surgir bandidos, togados em profissionais da justiça desse Estado, sujando e enlameando, com toda imoralidade que praticam, o poder que decide o que é certo e o que é errado; o que é justo ou não e o que moral e o que imoral. O poder mais importante para a sobrevivência de uma sociedade democrática está sendo desvirginado. Seria o caso?.
Não seria também mandar a raposa cuidar do galinheiro?
Desvirginada?
E o povo, continua vendo, lendo, ouvindo tudo isso e, sem defesa, fica imóvel e estupefato.
Não dá mais para segurar. Mas, reclamar com quem? Onde?
Justiça é a ultima esperança da nossa sociedade que pauta pela moralidade e pela conduta de seus componentes. Se ela se corrompe, como estamos vendo, vamos esperar o quê, daqui para frente. 







Karime Xavier - 26.dez.2011/Folhapress
Presidente do TJ-SP, Ivan Sartori

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