Quando leio, nessa manhã, que a Imigração americana irá facilitar a entrada de brasileiros que trabalham ou que necessitam estar muitas vezes por lá, fiquei com uma pulguinha atrás da orelha, porque há anos que os brasileiros estão torcendo para que isso acontecesse e quando acontece, chegamos a duvidar da notícia.
O agente representante dos EUA deu as informações de como será o procedimento oficial para um número restrito de brasileiros que necessitam estar, várias vezes no ano, em solo norte-americano, como o caso dos agentes de viagens, executivos de grandes empresas, e que, dentro de um ano, esse mesmo procedimento será bastante ampliado e atingirá outros interessados. Ótimo! Espero que isso aconteça.
Se de um lado, nos chega essa boa notícia, do outro a coisa fica um tanto complicada. Leiam essa informação:
Ainda retido pela autópsia, o corpo do estudante Roberto Curti, 21, morto há nove dias pela polícia em Sydney, deve ser liberado na semana que vem. Mas, para cumprir o desejo de levá-lo ao Brasil e realizar um enterro católico, a família estimou que terá de desembolsar US$ 100 mil.
Até ontem, a situação era de impasse. Os parentes estariam com dificuldades para reunir a quantia, e o Itamaraty tem por política não cobrir gastos com repatriação de corpo.
Uma solução seria o pagamento pelo governo australiano ou pelo Estado de Nova Gales do Sul, que controla a polícia envolvida no incidente.
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Foi o que aconteceu com o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano em Londres em 2005. O governo britânico assumiu os custos.
Até ontem, segunda feira, não houve nenhuma ação de parte da Austrália entendendo que, se fizer o pagamento, isso poderia ser interpretado como uma admissão de que a polícia australiana agiu erroneamente antes do final da investigação.
O resultado da autópsia esclarecerá dúvidas importantes, principalmente a de que ele estava sob efeito de drogas, se bem que o brasileiro foi morto pelos policiais, como suspeito de ter roubado um pacote de bolachas.
Agora, a família do morto e o consulado do país de destino precisam lidar com uma extensa burocracia, pois é preciso preparar a repatriação seguindo tanto as regras australianas quanto as do país de destino. As regras incluem o tipo de caixão e as condições do translado. Para se ter uma idéia, o processo de repatriação do morto deverá custar mais de 100 mil dólares, importância que a família não tem e tentará conseguir entre amigos e conhecidos.
No Brasil, a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde exige o uso de um caixão de madeira forrado em zinco e ao menos seis documentos, como o Certificado de embalsamamento ou cremação.
Se morrer aqui no Brasil já causa uma preocupação com os gastos de velório, enterro, etc imagine então morrer num dos países mais distantes daqui, como é a Austrália.
Isso me faz lembrar de um judeu-brasileiro que foi visitar parentes em Jerusalem e levou a sogra para o passeio. Só que ela morreu. Ao procurar um agente funerário esse explicou que se a sogra fosse enterrada em Jerusalem, as despesas não seriam maiores do que 5 mil dólares. Se o corpo fosse repatriado para o Brasil o valor seria de 50 mil dólares. O genro muito amável e educado afirmou que pagaria muito mais para que ela fosse sepultada no Brasil.
Ao ser indagado porque ele iria gastar o dobro para enterrar a sogra em solo brasileiro ele contou:
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