quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

FRASES E EXPRESSÕES

"Tudo seria aceitável, desde que não fosse recusável."
Que frase incrível, não é?
Outra: "Se pode, é porque pode e deixa de não poder".  Deu pra entender?
Quando jovem, tive um amigo que tinha mania de formar frases  e expressões interessantes e as espalhava como se fossem oriundas de alguém importante. Um filósofo, um pensador, um professor, quem sabe?
Eu gostava daquilo e ajudava a passar para frente, deixando muita gente intrigada com o que ouvia.
Posso, neste momento, lembrar-me de algumas. Vamos lá:  "Só vou se estiver indo" Como? Vou para onde? E se estiver indo, indo para onde?  Outra: "Café frio é como beijo com a boca fechada." Primeiro é que tem gente que gosta de café frio e até gelado e o beijo é gosto pessoal, e segundo, com a boca aberta ou não, depende da vontade de cada um. Há até beijo de língua, não é? E nada disso lembra café frio. Ou lembra? Quem sabe? 
Outra:"Onde eu estou se eu não fui?"  Êta pergunta sem pé nem cabeça. Como querer saber onde estou se eu praticamente não fui a lugar nenhum. Pensem nisso, porque é o tipo de pergunta que muita gente gostaria de fazer e não sabe como, principalmente com o Alzeimer espalhando por ai. E tem outra que joga a culpa nesse tipo de doença: "Quem é você e quem sou eu?" Pô, agora apelei mesmo ou não?
Porquinho roubado
É o caso do ladrão cara-de-pau que o grande humorista, o falecido José Vasconcelos, contava tão bem. Dizia ele que, altas horas da noite, o ladrão pulava a cerca de uma casa, roubando um porco que carregava nos ombros. Alguém viu e gritou: "Ladrão!" O larápio responde: "Ladrão? Onde?" O mesmo alguém o denuncia: " Você mesmo. E com esse porco nos ombros."  O ladrão, mostrando-se assustado, perguntou: "Eu? Ladrão? Porco?Que porco?". . . e batendo no bicho que estava em seus ombros, gritou: "Tira esse bicho daqui! Tira esse bicho daqui!" 
E assim as frases vão aparecendo e ganham adeptos e admiradores aos montes.
O pai que, ao entrar na varanda escura da sua casa, 11 horas da noite, flagra a sua filha sentada no colo do namorado e pergunta: "O que vocês estão fazendo aí, nessa escuridão?"  Tipo da pergunta besta que mereceu uma resposta mais quadrada: "Estamos só conversando, papai", respondeu a filha, acertando a saia que estava levantada até o pescoço.
São frases e perguntas  como essas que fazem o mundo girar. 
O mundo gira e a . . .
Há muitos anos, a transportadora Lusitana era comum, na sua propaganda, informar: "Enquanto o mundo gira, a Lusitana roda." Até parece coisa de lusitano, porque o verbo rodar pode significar muita coisa. Daí eu pergunto: O mundo continua girando e a Lusitana que fim levou? Rodou? Não sei!
Na escola, a professora sempre alertava a classe para que os seus alunos "não deixassem para amanhã o que poderiam fazer hoje."  Essa bela e incentivadora frase teve a resposta imediata do Joãozinho. "Fessora, porque tanta pressa?" 
Neste mundo tão desenvolvido, há pessoas afirmando, com convicção: "porque iremos fazer hoje o que poderemos fazer amanhã, com mais cuidado e planejamento."  E agora? Qual das duas frases deverá merecer atenção?  Escolham vocês a resposta que considerarem correta. Se houver.
Continuamos a caminhar no dia-a-dia, de um lado para o outro, como se fôssemos baratas tontas. Eis uma expressão que poderá significar muito, desde que não se tenha nojo de baratas.  Chamar alguém de barata já é caso de um apelativo crítico. Além de barata, receber a denominação de tonta, é ofensa pra mais de quinhentos anos.
Eis outra bastante usada no passado: "quinhentos anos!"
Era a maneira de qualificar o caso, relacionando-o com os anos vividos pela Pátria, descoberta em 15OO. Nossa Pátria! Fácil, não?
Mulher para 500 talheres!
Um colunista social acabou substituindo os quinhentos anos para quinhentos talheres a fim mostrar a qualidade de uma festa da classe nobre. Depois a expressão passou a incentivar e demonstrar a gostosura de uma mulher:  mulher para quinhentos talheres! 
Ô meu! Desse jeito, vai ter gente adoidado querendo adquirir alguns dos quinhentos talheres para comer a dita cuja, não vai?
A verdade é que  as frases e expressões criadas do imediato e conforme o causo, como diria o contador de histórias, crescem diariamente e nós vamos nos acostumando em criá-las ou ouví-las. É melhor do que ficarmos sujeitos, pacatamente, a ouvir as besteiras dos políticos e de outros mentirosos ou contadores de vantagens que nos incomodam tanto.
Vem, então, a frase final que jamais perderá a sua validade; 
"Bem feito! Quem mandou votar neles?"  

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