Dizem que o mundo mudou. Outros afirmam que ele muda a cada dez minutos.
Isso me deixou intrigado e comecei a acompanhar essas mudanças e constatei que elas sempre acontecem com a juventude do planeta. Sabiam disso? A causa principal de qualquer alteração no planeta advém dos jovens.
O meu avô ficaria bravo se eu contasse isso para ele e, sem dúvida alguma, eu teria que ouvir uma expressão italiana malcriada e depois o seguinte: "e nós que passamos a vida toda construindo o mundo, ficamos esquecidos? Não servimos para nada?"
Poderia ficar horas e dias tentando explicar essas tais mudanças e ele não entenderia. Tenho certeza disso.
Vejo, todos os dias, as pessoas indo e vindo e gosto e encará-las. Sejam elas jovens ou não.
Nas mais velhas, caminhando com o corpo inclinado pra frente sustentando o peso dos anos vividos, percebi um andar vagaroso, olhando para a frente como que buscando algo que gostaria de alcançar e fiquei pensando nos seus dias ou anos que viveram e deram tudo de si para, um dia, continuar a caminhar como estavam fazendo naquele momento. O mundo para essas pessoas mudou, mas a saudade dos anos vividos continuam em cada uma delas. E como.
Encontro, na minha caminhada, alguns jovens correndo sozinhos ou acompanhados em busca de alguma coisa que não sei o que é e, talvez, nem eles saibam também. Mas correm, suam e medem suas pulsações.
Dizem que o jovem de hoje ama demais a vida e quer vive-la intensamente. Daí a sua preocupação em correr, ir para a academia e, com isso, buscar a manutenção da forma física e. . .
Voltando para a minha casa continuei a pensar no jovem de hoje e tentei entender o que ele pretende alcançar. A educação desse jovem tornou-se bem mais fácil de ser buscada e captada. Antes, eram poucas as escolas que tinham a missão de prepará-lo para o mundo e para a vida ou para o mercado de trabalho. Agora, o número dessas escolas aumentou tantas vezes, dando mais facilidades ao jovem de buscar o seu futuro. Até o intercâmbio cultural com escolas de outros países surge e aumenta todos os anos, dando a oportunidade do jovem de hoje tornar-se um estudante internacional. Com o conhecimento e a vivência jovial, graças ainda aos hábitos diferentes entre os estudantes, a sua maneira de ver as coisas passa por uma reformulação instável a cada momento. E assim, nós, os mais velhos, ficamos observando e tão somente observando sem saber o que fazer para podermos colaborar. Tentamos, mas nem sempre somos compreendidos.
Quando jovens, ao assistirmos um filme de terror, cerrávamos os nossos olhos diante das cenas onde apareciam a múmia, o drácula, o lobsomem , etc. Hoje, é diferente. Os cinemas ficam lotados de jovens vibrando com essas figuras dantescas, além do sangue das vítimas que se espalha pela tela. Confesso que, ao assistir um desses filmes, em 3D, saí do cinema com pingos de sangue na roupa. E, assustado, observei que os jovens estavam dando gargalhadas, comentando as cenas impressionantes das morte e dos desastres mostrados naquele filme. Nome do filme? Premonição 5 .
Isso é apenas um sinal dos tempos. Tais cenas são copiadas nas ruas, nas praças, escolas e em outros locais em qualquer cidade do mundo. A maioria dos jovens passaram a pensar que são os donos do mundo ou da cocada preta e não mais discutem suas opiniões. Forçam os outros a aceitarem. Se estiverem bebendo, não conseguem se controlar e se tornam perigosos uns para com outros e, se estão em cima de uma moto, ficam piores ainda.
O que explica isso que está ocorrendo em todos os cantos do mundo?
Fui educador durante toda a minha vida e sempre compreendi o que os jovens pensavam e auxiliava na formação do seu caráter ou da sua formação sócio-cultural. Confesso que agora parece que tudo ficou mais difícil.
Num planeta tão conturbado, onde os mais fortes tentam continuar mandando e desmandando, não sei onde poderemos chegar.
Se o amanhã é o jovem quem determina qual será esse mundo e para eles esse mesmo mundo muda a cada minuto, fico torcendo para que seja para melhor para ele e para a sociedade. Que a tecnologia que aí está possa assumir a verdadeira formação dos nossos jovens. Talvez essa seja uma preciosa dica.
Não é mesmo?
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