Durante o maior tempo da minha vida, eu acordava às 6 da matina e às 7 eu já estava lecionando e correndo com os meus alunos. Aprendi, portanto, a curtir a vida mais cedo e para tanto, dormia cedo também.
Agora, aposentado com o motor 7.2 funcionando a contento, costumo dormir duas vezes por noite. O primeiro sono vai das 10 da noite anterior até às 7 do dia seguinte. Levanto-me, vou ao banheiro fazer as minhas primeiras necessidades fisiológicas e . . . volto para a cama. Embarco no segundo sono o da segunda vez. Dura, no máximo 1 hora e eu acordo, novamente, bem mais disposto e pronto para enfrentar mais um dia de descanso. Claro! Se a aposentadoria é sinal de descanso, vamos nessa, pô!
Leio os jornais do dia e enfrento a máquina de fazer doido - o computador. Percebo que a cada dia eu fico escravo desse vício que já tomou conta dos meus afazeres. Mas que afazeres? Ficar sentado, teclando e olhando para o video do aparelho é um dos afazeres que todo mundo gostaria de ter. Não é?
Vou para o facebook e mantenho contato com amigos e compartilhados. Sempre há alguma surpresa. Ouço e vejo alguma novidade musical que me comove ou me deixa alegre porque os meus amigos tem uma sensibilidade musical e cultural de alta qualidade. Juro que é verdade.
Há no facebook - não vou entrar em outros espaços cibernéticos - alguns usuários que exageram nos bate-papos ou nas suas opiniões. Mas tudo faz parte da vida democrática de cada um. Posso não concordar com as opiniões mas devo defender sempre as suas existências. Taí! Virei filósofo francês. Palmas para o Voltaire.
Gosto de compartilhar idéias e opiniões e, talvez por isso, viciei-me no facebook.
Entretanto, alguém me avisou para ter cuidado e não colocar o meu endereço residencial e manter-me mais observador do que ser observado, quando estiver atuando nesse clube.
Fiquei a pensar nesse conselho.Como eu irei fazer se eu não sou de ficar atrás do muro ou juntar-me às sombras dos falsos e dos incompetentes?
Aprendi que a verdade é fundamental e assumir as suas responsabilidades é a maior delas.
O medo não faz parte da minha personalidade. Daí, se tiver que falar eu falo como escuto quando eu tiver que ouvir. Tudo faz parte do jogo da sobrevivência. Não fujo dele. Enfrento com prazer. Para isso continuo falando e escrevendo o que eu sinto e o que eu quero que aconteça. Nada a temer. Sempre disposto a enfrentar e vencer. Só os fortes sobreviverão, já dizia um filósofo grego, ateniense de nascimento.
É bem possível que por isso eu seja uma pessoa polêmica.
A vida nos ensina todos os dias, não se importando com a idade que temos. Seremos alunos sempre e por isso haverá, constantemente, um exemplo a ser mostrado, seguido ou imitado. Lembro-me de um técnico de futebol ao orientar o seu time que vencia pela contagem mínima e próximo do final do embate: "Bola pro mato que o jogo é de campeonato." Era só seguir essa determinação esdrúxula, com vontade de vencer e a vitória aconteceu.
Foi assim a maneira que eu encarei e caminhei durante toda minha vida e provavelmente ainda continuarei caminhando. Quem quiser compartilhar é só deixar o medo de lado e me seguir "para o alto e para frente porque atrás vem gente", já dizia Adhemar.
Não é mesmo?
Ótima crônica, Aldo, como sempre. Sabe, relutei em aderir ao Facebook, porque me incomodava a ideia de um espaço virtual onde todo mundo é amiguinho de todo mundo e todo mundo sorri pra todo mundo. A vida não é assim. Mas, mal comparando, passar pelo "face" e bater um papo com os colegas, é meio que passar, por exemplo, na esquina do veneno. Eu imagino, porque nunca frequentei o local. Abraço. E bom final de semana. E continue, vá em frente, exercite o seu do literário para o nosso bem.
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