terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ATE QUANDO?

Quando os deputados federais e senadores da república, nossos legisladores, brincam com o poder executivo para aprovarem o salário dos trabalhadores, ficamos meditando com os nossos botões como eles falseiam nas palavras e se mostram verdadeiros caras-de-pau.
Salário mínimo?
Recorremos os nossos direitos junto ao terceiro poder, o judiciário, que com base nas leis e normas legais e sob o juramento de obedecerem a Constituição Nacional, julgam e dão a sentença ou acórdão final nessa briga de gato e rato. E ficamos por aí, lamentando por pertencermos a uma classe de trabalhadores sem força, expressão e poder necessários para mudar alguma coisa.
Eis que, neste instante, leio nos jornais desta terça feira, que os juízes do Rio de Janeiro chegam a ganhar até 150 mil reais por mês, sendo que o valor menor seria de 50 mil reais. Repito: 50 mil reais mensais!
Confesso que fechei o jornal e os meus olhos. Não acreditei no que eu havia lido.  Abri o jornal e li novamente a notícia. Caí da cadeira onde estava sentado. Atingi, com certa violência, o lugar certo. O chão! O mais baixo lugar que alguém um dia poderia chegar: no fim do poço!
Eu e os demais trabalhadores deste país, que ganhamos muito menos que mil reais de salário, sofremos com essa rocambolesca  safadeza que a política brasileira nos apronta diariamente. Tudo para os graúdos e nada para o miúdos. 
Tudo para os graúdos
Busco informações na história universal e nos estudos do direito social e leio sobre a revolução francesa, que arrancou do poder os falsários e mentirosos amigos do rei e, através da guilhotina, cortou a cabeça de todos os súditos e do casal reinante,  mostrando para todo o mundo como se faz a justiça plena para que os direitos sejam iguais para todos. O que a fome não faz? 
Muitas revoluções populares conduzidas pelos povos pobres e sofredores mudaram, pela força, o sistema de vida de seus países.  Isso aconteceu na Russia, na China e em outras nações. Não desejo, jamais, que algo semelhante se repita neste Brasil varonil. Porém, as coisas caminham para um final não muito agradável por aqui, se não forem tomadas as providências devidas para que possamos ser, novamente, um povo alegre,feliz e satisfeito durante todo o ano e não somente em época de carnaval. 
Larápio ou marajá? Ambos são iguais!
Por quê somente os larápios do governo e os marajás da justiça brasileira tem esse direito de serem felizes?  Porque eles sabem explorar os menos avisados e, entenda-se nessa exploração,  tirar do povo brasileiro o que lhe pertence, para encherem seus bolsos e as suas cuecas. Se os que julgam são tão ou mais bandidos que os próprios bandidos, vamos esperar que aconteça o quê, para justificarmos alguma ação imediata de reparos em nossos direitos?
A imprensa vem destacando, todos os dias, a verdadeira roubalheira dentro da justiça e mostra que o salário mínimo ou básico de um juiz do justiça carioca, correspondente a 6 horas/dia de trabalho, de segunda à sexta, é igual a 823 salários mínimos dos trabalhadores brasileiros. Daí, dada a partida, somam-se: vantagens pessoais, idênticas ao  valor do salário básico e mais auxílios mensais de 10% do salário básico e teremos a quantia inacreditável de quase 50 mil reais. Pagaria mais de 2 mil trabalhadores. Ou seja, um desembargador do tribunal de justiça do Rio de Janeiro recebe por 2 mil brasileiros. Se multiplicarmos cada trabalhador por mais três membros que constituem a sua família, teríamos a conclusão de que o salário mensal do julgador é o equivalente a sustentação de 24 mil brasileiros. É mole? 
Conforme a soma dos benefícios contidos nas normas regulamentares das atividades dos juízes e desembargadores, a coisa pode chegar a um número estapafúrdio de três vezes mais. Seriam então 6 mil salários mínimos. Se multiplicarmos por três chegaremos a . . . ?
Daí a pergunta: até quando isso vai continuar acontecendo?  
Olhos cobertos: justiça? Não: vergonha!
Democracia se pratica respeitando os direitos das pessoas e a equivalência dos direitos. Todos somos iguais perante a lei. Esta é a regra geral, imutável. E quem deve julgar deveria estar incluído também, mas não está. É aqui que mora o perigo, porque num determinado momento da nossa história, esta mesma história pode ser modificada. Então é bem possível que . . . deixa isso para quando acontecer.
 É possível, portanto, que a floreada e diversificada corrupção de um país maravilhoso como o nosso possa ter uma solução trágica. Será?  Quem garante que não? Os juízes e os desembargadores?
 Não acredito mais neles. Ficou muito difícil depois disso tudo que foi noticiado. Por isso é que nesse artigo, vocês não encontraram as palavras juiz, desembargador, tribunal e justiça destacadas ou escritas com letras maiúsculas, como sinal de respeito, porque eu entendo que o respeito se conquista passo a passo e não com uma imposição determinada sobre as pessoas que formam um povo que sabe o significa o valor  de um salário mínimo. Ou melhor: sabe que não vale nada!
 Diferente do salário básico dos desembargadores do Rio e de outros Estados que ainda reclamam do que recebem mensalmente e querem mais, mais, muito mais. Pois é!
Até quando?    

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