Salário mínimo? |
Eis que, neste instante, leio nos jornais desta terça feira, que os juízes do Rio de Janeiro chegam a ganhar até 150 mil reais por mês, sendo que o valor menor seria de 50 mil reais. Repito: 50 mil reais mensais!
Confesso que fechei o jornal e os meus olhos. Não acreditei no que eu havia lido. Abri o jornal e li novamente a notícia. Caí da cadeira onde estava sentado. Atingi, com certa violência, o lugar certo. O chão! O mais baixo lugar que alguém um dia poderia chegar: no fim do poço!
Eu e os demais trabalhadores deste país, que ganhamos muito menos que mil reais de salário, sofremos com essa rocambolesca safadeza que a política brasileira nos apronta diariamente. Tudo para os graúdos e nada para o miúdos.
Tudo para os graúdos |
Muitas revoluções populares conduzidas pelos povos pobres e sofredores mudaram, pela força, o sistema de vida de seus países. Isso aconteceu na Russia, na China e em outras nações. Não desejo, jamais, que algo semelhante se repita neste Brasil varonil. Porém, as coisas caminham para um final não muito agradável por aqui, se não forem tomadas as providências devidas para que possamos ser, novamente, um povo alegre,feliz e satisfeito durante todo o ano e não somente em época de carnaval.
Larápio ou marajá? Ambos são iguais! |
A imprensa vem destacando, todos os dias, a verdadeira roubalheira dentro da justiça e mostra que o salário mínimo ou básico de um juiz do justiça carioca, correspondente a 6 horas/dia de trabalho, de segunda à sexta, é igual a 823 salários mínimos dos trabalhadores brasileiros. Daí, dada a partida, somam-se: vantagens pessoais, idênticas ao valor do salário básico e mais auxílios mensais de 10% do salário básico e teremos a quantia inacreditável de quase 50 mil reais. Pagaria mais de 2 mil trabalhadores. Ou seja, um desembargador do tribunal de justiça do Rio de Janeiro recebe por 2 mil brasileiros. Se multiplicarmos cada trabalhador por mais três membros que constituem a sua família, teríamos a conclusão de que o salário mensal do julgador é o equivalente a sustentação de 24 mil brasileiros. É mole?
Conforme a soma dos benefícios contidos nas normas regulamentares das atividades dos juízes e desembargadores, a coisa pode chegar a um número estapafúrdio de três vezes mais. Seriam então 6 mil salários mínimos. Se multiplicarmos por três chegaremos a . . . ?
Daí a pergunta: até quando isso vai continuar acontecendo?
Olhos cobertos: justiça? Não: vergonha! |
É possível, portanto, que a floreada e diversificada corrupção de um país maravilhoso como o nosso possa ter uma solução trágica. Será? Quem garante que não? Os juízes e os desembargadores?
Não acredito mais neles. Ficou muito difícil depois disso tudo que foi noticiado. Por isso é que nesse artigo, vocês não encontraram as palavras juiz, desembargador, tribunal e justiça destacadas ou escritas com letras maiúsculas, como sinal de respeito, porque eu entendo que o respeito se conquista passo a passo e não com uma imposição determinada sobre as pessoas que formam um povo que sabe o significa o valor de um salário mínimo. Ou melhor: sabe que não vale nada!
Diferente do salário básico dos desembargadores do Rio e de outros Estados que ainda reclamam do que recebem mensalmente e querem mais, mais, muito mais. Pois é!
Até quando?
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