"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".
Interessante essa frase que tem tudo para tornar-se explicativa para determinados senões da vida e que, no entanto, parece ser uma forma de brincar com as palavras.
Quando falamos criatividade, queremos dizer alguma coisa bem diferente de planejamento. Porém muita gente chega até a confundir esses dois termos.
Planejar é algo que riscamos e rabiscamos em nossa mente no intuito de, mais tarde, colocar tudo em prática e ver se dará certo. Na maioria das vezes, isso acontecerá porque tudo deve ser planejado antes de se tentar fazer.
A criatividade é uma maneira de aperfeiçoar o que planejamos. Não é possível planejar qualquer coisa se não colocarmos em aberto a maneira de pensarmos e de fazermos alguma coisa. Complicado, não?
Só podemos criar se a nossa mente estiver perfeita para tal. E o que significa uma mente perfeita? É aquela que está livre de qualquer negativismo que só complica quem estiver pensando. Ou seja, é necessário sermos livres de corpo e de alma ou ainda do físico e da mente para fazermos só o que queremos.
Assim, é uma forma de se criar alguma coisa, desde que ela seja antes pensada, bolada, ou seja, utilizada pela nossa mente. Sem a mente, a criatividade é nula ao seu extremo.
A vida nos ensina que é através da razão que se constrói todas as coisas. Será mesmo?
Nos diferenciamos dos outros animais porque estes são irracionais, não tem razão e nem uma mente criativa para os seus atos. Eles apenas se defendem e atacam outras espécies como sua caça para defenderem a sua sobrevivência e. . .só! Pensar? Nem pensar. Eles são irracionais e portanto não pensam, apenas agem.
E, se não pensam, não podemos esperar deles uma criatividade nos seus atos destruidores de corpos e almas. (Uma pausa) Será que animais irracionais têm alma? Quem souber que o diga. O que sabemos, na realidade, é que a vida precisa ser planejada para ser vivida.
O planejamento de vida é algo a se pensar, porque mexe com uma complexidade de ações oriundas das mais diversas mentes sob o comando da razão de todas elas.
Assim, sem o planejamento não haverá algo criativo. É necessário planejar para se criar.
O vice-verso também é bastante válido, ou seja, não se cria nada se não houver antes um planejamento para se criar.
Duas figuras diferentes mas que caminham juntas. É preciso que isso aconteça para se dar valor à criação e ao planejamento. O não planejar é permitir o aparecimento do fracasso. Através do planejamento recebemos a ajuda para vencer os desafios que se interligam na tomada de decisões e são essas decisões que nos dão a visão do futuro, reduzindo o "fator erro" ao máximo, desprezando os atos impensados ou praticados a esmo.
A criatividade espontânea, aquela que acontece livremente e com a sua imprevisibilidade, é comum entre nós. Talvez por isso, erramos tanto que a nossa criatividade vai para o inferno dos projetos desaprovados, sem passar pelo purgatório.
A criatividade nasce conosco e morre também com cada um de nós.Ou seja, todos nós temos o poder de criarmos o que queremos. O que nos falta é nos adequarmos e aprendermos a usá-la quando houver essa necessidade e não apenas quando ela surge espontaneamente.- "O que é de graça, não vale nada" dizia o Zé do Anzol a beira do Rio Piracicaba. E o Zé conhece bem esse negócio de ganhar de graça, etc. . .
O espontâneo não é planejado. Ele aparece normalmente até em momentos que não esperamos que ele apareça. Daí, a necessidade de termos a nossa mente aberta e preparada para recebermos as bençãos da criatividade. Mas é importante que a estimulemos, porque desse estímulo poderá surgir o poder de criar que se solidificará em nós e, através de um planejamento racional, uniremos as duas - a criatividade e o planejamento.
Se tentarmos isso, não repetiremos que "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa", porque as duas - criação e planejamento - se identificam e se abraçam através de um trabalho harmônico, elaborada pela razão da nossa mente.
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