quinta-feira, 6 de setembro de 2012

TOMOU GOL. . .MUDA!

Engraçado como as expressões populares aparecem e mexem com os nossos nervos. Não é? Pois é!
Estou no Estádio do Pacaembú, entre os torcedores de um clube, assistindo a uma partida de futebol. Ouço de tudo, porque a partida está equilibradíssima e o marcador não sai do zero a zero. É bola nas traves, gols perdidos junto as linhas fatais emocionando a todos que exprimem em vozes altas o "huuuu" da bola raspando a trave ou de um gol perdido.
"Quem não faz, toma!" lembrei-me das palavras do meu pai. Será?
De repente, aos trinta e cinco minutos do segundo tempo, surge o primeiro gol. Foi do inimigo, ou melhor do adversário. O banco de reserva do meu time entra em pânico e o técnico demonstra que vai tomar a atitude de mudar algo. Vai substituir um  ou mais jogadores que estão jogando.
Ouço alguém gritar ao meu lado: "Tomou um gol, agora muda tudo!"
Olhei primeiro para quem gritou e depois para o banco de reserva. A mudança irá ser procedida.
Minha cabeça que já estava em pânico deu uma acalorada maior.
Se o problema era mudar porque é que o dito cujo "professor" esperou sofrer um gol para mudar alguma coisa?
Fiquei mudo.  Tentei perguntar para mim mesmo sobre o tal procedimento. Eu iria querer o quê, como resposta? Quem deveria da-la seria o técnico da minha equipe, mas o dito cujo ficou esperando o quê?  Tomar um gol! Vái ser burro na puta que o pariu.
Não adianta, porque eu sei que ele não vai. Talvez irá se tomar outro gol. É uma besta!
Não será necessário dizer que não houve tempo para o meu time empatar aquela partida.
Perdemos! Um a zero para eles. Para os outros, os nossos inimigos e rivais de sempre.  
Levei comigo essa frase esportiva de  "quem toma um gol... muda!"  Provavelmente ela servirá para muitas coisas e não somente para um jogo de futebol.
É o tal do "quem não faz, toma ou quem não toma, acaba fazendo"
O objeto direto, indireto e mais retos é o tal do gol tomado que acaba gerando mudança.
A primeira vez será sempre a primeira vez, e o gol do desempate ao final de um jogo é a mesma coisa. Depois de ter ocorrido algo, pensamos em tudo que poderíamos fazer  aproveitando as oportunidades que tivemos para evitar que alguma tragédia não acontecesse, como a marca do batom na cueca que oferece, como consequência, o mesmo procedimento: muda! 
O homem ou a cueca do homem? É questão de escolha pessoal ou. . . sexual!
Num  primeiro ato mais atrevido entre namorados, noivos ou semelhantes, os últimos segundos do mexe-mexe poderiam alterar as posições do casal e assim a gravidez seria evitada. Como o gol sofrido exige mudança, o que seria mudado nesse caso? 
Quem souber que conte agora ou se cale para sempre!
Na área da educação a coisa pega pra valer. Muitos gols podemos sofrer sem saber nadica de nada. Ou melhor, a professora ( tia para os íntimos) ensina, ensina e ensina e o aluno não entende e não aprende. Seria uma espécie de gol sofrido pelo aluno. Daí vem a expressão: "tomou um gol. . . muda!" e a mamãe, tão cuidadosa, muda o filho de escola. Ele já tem 16 anos e ainda não terminou o primeiro grau, mesmo tendo passado como aluno matriculado em todas as escolas da cidade. É mole? Nada disso.  É a mudança que demorou a ser tomada na hora certa. Agora é tarde. A mãe irá continuar tentando as mudanças, mesmo sabendo que ela e o filho estão ocupando o último lugar na tabela dos procedimentos sociais e culturais de uma família junto à comunidade onde vivem, ou se quiserem, idênticos ao último  time de futebol classificado  na tabela do campeonato nacional.
Decidimos, ao colocar as mãos nos bolsos, verificar as nossas precárias finanças para comprar um carro usado. Não examinamos  com cuidado os detalhes desse veículo, deixando de lado a sua importância. A quebradeira do "novo carro" chegou num segundo, como se tivéssemos tomado um gol no último minuto de jogo. O que devemos fazer?
Muda! Assim, diz a expressão. Vamos ver se dá para tanto.
Olhamos para a nossa casa e percebemos ou descobrimos que ela está caindo. E como!
Paredes rachadas e goteiras por todos os lados. Neste caso, percebemos que se trata de vários gols sofridos. O que fazer? Goleada pode ser um caso perdido. Para ter esperança é preciso mudar logo.Vamos tentar. 
A camisa encolheu ou a saia rasgou. São tipos de gols sofridos quase que diariamente. Vamos às ruas sem camisa e sem saia? Pelados não seria melhor?  Muda já!
Um consagrado ortopedista, ao operar o menisco do joelho esquerdo de um paciente, simplesmente, trocou o joelho e operou o do lado direito. Golaço! Baita gol! Muda! 
Mas mudar o quê: o joelho ou o médico? Bem, daí é problema do técnico ou seja do paciente. Será difícil a escolha ou não? Se errar, é um gol sofrido. Então muda novamente, ou irá para último lugar na tabela dos procedimentos pessoais.
São inúmeros os exemplos na vida real de cada um sobre a expressão futebolística:  "tomou gol. . .muda!"
Afim de ilustração, estamos diante de um inusitado cenário. Mulher casada está com um acompanhante sentados num automóvel de marca,na fila de espera da entrada de um motel. O portão de saída se abre e aparece um carro popular onde estão o seu marido e uma provável amante. Ao ver a sua mulher ele grita : " O que está fazendo aqui? Quem é este filho da puta ao seu lado?" A esposa percebeu que sofreu um gol, porque o maridão foi mais esperto, rápido  mais vivo do que ela. Gritou primeiro e levou a vantagem de direito à  primeira resposta sem justificativa. Para obedecer a regra da expressão de "tomou um gol. . .muda!"  Ela, sem pestanejar, tomou uma única atitude no momento de escolher o seu "muda": mudou de marido!

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