sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A RAIVA E A OBESIDADE

Ainda vou entrar para a história. 
As coisas acontecem comigo e nesse festival de acontecimentos eu vou narrando e vivendo, a minha maneira de ver, narrando o que eu vejo e informo.
Há alguns anos que eu não via a Camila. Ela era uma ótima aluna do colegial e uma grande colega de classe. Respondia as minhas perguntas com naturalidade tamanha que parecia até doutora no assunto.
E foi como doutora que eu a encontrei. Doutora em psicologia em transtornos alimentares que provoca a obesidade.
- Você está brincando comigo, não é? - eu lhe perguntei. 
- Brincando? Como é que eu estou brincando? Estou falando a mais pura verdade - me respondeu e emendou - sou psicóloga e, nesta cidade, poucos profissionais entendem de obesidade como eu.
Fiquei mudinho da silva e ela me chamou à atenção:
- Se você não cuidar dessa pança, você ainda vai cair diretamente no meu consultório e aí é que vamos ver. 
Olhei bem para o rosto da Camila. Ela continuava bonita e o seu corpo era magro e bem feito. Pudera ela era doutora na arte de engordar e emagrecer como é que eu queria que fosse o seu corpo?
- Tudo bem, Camila. Me explique como você consegue manter esse corpo bonito?
- Não comer alem do necessário. E. . . tranquilidade no momento de traçar uma comida. 
Não consegui ficar quieto  e lhe disse;
- Claro! Se eu comer pouco não irei engordar.
Depois dessa minha resposta a Camila explicou :
-  Não seria comer pouco mas evitar comer demais. Se você comer além do necessário irá engordar, sem dúvida alguma.  E para comer demais não será a fome o seu incentivo mas o que provoca a fome. Portanto,  devemos conter o aparecimento da vontade de comer demais que poderá ser de origem orgânica ou emocional. Se você quiser ir mais adiante sobre tal descobrimento terá que se submeter a uma psicoterapia.
Onde foi que eu havia escutado essa palavra? Psicoterapia. Lembrei-me do meu vizinho que era um rechonchudo buscando todas as maneiras de perder peso e não conseguia. Até aulas de psicoterapia ele fez e nada adiantou. Contei esse caso e a Camila me explicou:
= A realidade da obesidade é a pessoa buscar as razões de seus comportamentos no dia-a-dia da vida.
- Como comportamentos? - eu lhe perguntei.
Camila me explicou que dentre os vários motivos para comer compulsivamente está a raiva, que pode ser provocada por diversos fatores como a vergonha, a decepção, o desprezo, a humilhação e outros menos votados.
A raiva, segundo a minha amiga, aparece sempre que existir o sentimento de impotência, real ou imaginário, através da uma situação da qual não conseguimos defender ou sairmos dela. Para sairmos dessa situação raivosa, a engolimos. . . comendo! E, ao comer e comer demais, nasce o aumento do peso nos levando ao grupo dos obesos - os gordos doentes! Sim, porque tudo isso representa algo de anormal para a nossa saúde. E, sendo assim, aparece esse tipo de doença. Não é?
Que coisa! Fiquei aguardando outras explicações e a Camila  me alertou que é preciso saber dizer "não". É só notar as pessoas que procuram se mostrar dóceis, simpáticas e sujeitas às outras pessoas. Elas podem estar se remoendo internamente e, com isso, a sua raiva é super alimentada  sem qualquer razão, controle ou preocupação  "da engorda" do seu próprio corpo. Daí, um meio passo,  estaremos obesos.
Deduzi, com as explicações da Camila, que é necessário entender a obesidade como  algo longe da compulsão alimentar e que tenta se explicar, provocando o excesso de peso derivado de um sentimento onde se esconde a vontade da comilança.
Repito, agora, os fatores que podem, como a raiva, provocar a mesma coisa: a nossa super alimentação. São eles: vergonha, decepção, frustração, desprezo, humilhação e, acrescento, a revolta em ler essa crônica para descobrirmos a verdadeira causa desse nosso apetite irracional.
Ainda dá tempo para vencermos tudo isso e deixarmos as gordurinhas para longe de nosso corpo e da nossa vaidade. Ou essa aula não adiantou nada!
A questão é a maneira dela ter sido apreciada e. . . acreditada. 

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