MAMAR NA VACA VOCE NÃO QUER
Converso com alguns amigos de infância.
Converso com alguns amigos de infância.
Ao completar mais um ano de vida, como alguns deles, durante um bom papo, as recordações da infância apareceram.
Ao comentarmos as nossas vidas de criança e de jovens e compararmos com aquelas que os jovens de hoje estão vivendo, chegamos a conclusão que éramos muito mais felizes.
Uma das regras abençoadas obedecidas era o respeito e o reconhecimento que tínhamos para com a inteligência daqueles que viviam ao nosso lado. A começar, pelos nossos pais, que diariamente tinham um conselho ou um puxão de orelhas bem dado para aprendermos a viver com eles e com a sociedade que nos aceitou como membros importantes. E assim crescemos diante de normas que viriam mais tarde a nos valorizar e nos proporcionar um leque de opções na busca da profissão ou da técnica profissional que iria nos dar o sustento das nossas famílias. Até hoje, ainda comentamos e reconhecemos isso.
Entretanto, o mundo continuou girando e as coisas foram se modificando, facilitando de uma maneira e complicando de outra. Não é possível alguma comparação com a época em que vivemos há tantos anos com o que se fixa na frente dos jovens de hoje. Parece que tudo ficou mais fácil de ser conseguido mas, na realidade, acontece o contrário. Será?
Leio novamente um capítulo da história universal e percebo que nos últimos sessenta anos tivemos mudanças comportamentais que justificaram a conduta de muita gente. A segunda guerra mundial,nos obrigou a estudarmos melhor sobre o nosso futuro, reformando parte do nosso pensamento, enquanto nascia uma nova sociedade nos mostrando que, nos dias de hoje, o respeito ao próximo já está se esgotando e isso é péssimo.
No meio familiar, parece que o respeito aos pais e aos avós desapareceram para muita gente.
E só atentarmos e veremos que ninguém é de ninguém a não ser que o interesse pessoal seja respeitado e se ganhe alguma coisa com isso. O que começava a ser uma preocupação na educação dentro do seio familiar, acabou trocado pelos conselhos - quando há - dos tios e tias nas escolas, como se todos os alunos fossem iguais e tivessem a mesma reação para com os casos surgidos. Eis aqui, o grande problema do aprendizado escolar.
Tudo mudou.
Se antes a família e a escola eram duas instituições respeitadíssimas, passaram para o andar inferior da formação da personalidade do jovem e lemos, diariamente, notícias de crimes entre familiares, etc.
Nas escolas perdeu-se a dignidade e o respeito por ela e por aqueles que se dizem professores. Há pensamento de políticos que querem colocar guardas ou soldados dentro delas para que haja paz entre alunos, professores, diretores, funcionários, etc.
É mole? Meu Deus!, onde chegamos.
Segurando um celular ou um "tablet" o jovem atual está armado e seguro, não se importando com o que se passa ao seu lado. As figuras e vozes que aparecem nas suas telinhas portáteis são mais importantes do que ouvir um pai ou um avô desejar um bom dia. Seria real pensarmos que pais e avós não servem mais para nada? Nem para isso?
É tempo de refletirmos sobre o assunto.
Se um jovem, com menos de seis anos de idade, ganhou um desses instrumentos eletrônicos de seus pais, seria necessário que esses mesmos pais saibam que ao "modernizar" a criança poderá trazer complicações e entre elas o afastamento dos assuntos e problemas familiares existentes e que para os jovens nada é reconhecido. Observem que em qualquer lugar onde esteja um desses novatos, há sempre um celular ou um "tablet"em suas mãos. O resto. . . não interessa! Para eles, é claro!
Para eles, também, o que interessa é a moradia, o dinheirinho para as baladas de fim de semana, o carro( se puder) ou a moto, etc. Leite, só se vier em pacotes, já desnatado e puro para o desenvolvimento físico e mental de cada um e que não atrapalhe a sua consulta ao "tablet" ou ao celular na busca das mensagens recebidas e, as vezes, sem que se possa entende-las.
Guerra ou conflito mundial, nem pensar. Não interessa tal assunto,somente os equipamentos modernos e informáticos são computados pelos nossos jovens. As besteiras e o palavreado desmoralizante são mais importantes, para eles, é claro!
É o mundo de hoje.
O que acontece com o vizinho que fique com ele mesmo nem que seja um grito por socorro desesperado. O "tablet" ou o celular é mais importante. Não é?
O jovem de hoje quer tudo de presente sem que tenha de fazer algum esfôrço para conseguir. É a regra natural das coisas nesse mundo novo que envelhece rapidamente, como eu e os meus amigos de infância comentando o abstracionismo do sonho de algo sempre melhor. Estamos longe desse sonho. Infelizmente, sabemos como será o futuro desses jovens ou não?
Se eles quiserem realmente aprender - coisa que eu duvido- teriam que, às vezes, desprezar o leite engarrafado que a mamãe lhe dá todos os dias e mamar nas tetas de uma vaca leiteira, para aprender como é difícil se conseguir algo tão simples.
Assim, seria a confirmação da mais célebre frase popular sertaneja:
"pois é, mamar na vaca você não quer!"
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