CADA MACACO NO SEU GALHO

-Não tenho e nem quero! - foi aquela voz decisiva ouvida.
Os que ouviram olharam para a direção de onde ela havia partido.
Era um senhor que estava com a "cara" amarrada e parecia que não havia gostado do que lhe perguntaram.
Quantas e quantas vezes isso não aconteceu com qualquer um de nós. E ficamos ainda mais enfurecidos quando a pessoa que nos pergunta algo, insiste na pergunta.
Agora, convenhamos, é o tipo de resposta que merece algum repúdio. Não é?
Que história é essa de não saber e nem querer saber? Trata-se de alguém sem educação? Não sei ,mas acho que sim.
Vamos por partes. Primeiro quem perguntou?
Procuramos e vamos encontrar um garotinho de, mais ou menos, 7 anos de idade e que havia feito uma pergunta ao seu acompanhante bem mais velho, talvez o seu pai. Ambos caminhavam tentando  acertarem os passos e as falas. Até aquele momento os passos eram vagarosos e o papo era num tom baixo e respeitoso. É o tipo do papo entre um pai e um filho pequeno.
De repente, vem aquela resposta.
O garoto para e, ao ver a "cara"do pai, ensaia um choro.
-E tem mais se chorar, apanha!
O complemento foi estarrecedor.  O garoto abriu-se aos prantos.
O pai ficou a puxá-lo pelos braços de um lado para o outro até que o garoto se soltou e saiu em disparada. O pai ficou vendo o seu filho se distanciando e. . . gritou:

- Você vai ver quando voltar. 
Engraçado como as coisas são ou acabam acontecendo em nossas vidas, quando menos esperamos.
Ali, à nossa frente, um garoto que estava sorrindo e conversando com o seu pai, ouve uma resposta abrutalhado e sai correndo como se o mundo fosse terminar.
Do outro um pai que docemente conversava com o seu filho e diante de um pergunta lhe respondeu de maneira estúpida e sem qualquer dimensão.
E mais ainda. Do outro lado da rua estamos nós a observarmos aquela cena teatral.
O que teria o garoto perguntado ao pai para lhe causar tanto furor?
Porque aquela reação diante de uma pergunta de uma criança?
Os mais curiosos gostariam de saber qual foi a pergunta do garotinho e sobre do que se tratava.
Tudo é curiosidade. Serve para todos que ali se encontravam.
A imaginação e a curiosidade humanas  estimulam a todos nós em querer saber da vida dos outros, principalmente quando se ouve uma voz alterada. "O que será que aconteceu?" é o que vem em nossa mente. E ficamos ali, tentado decifrarmos o que havia acontecido entre o pai e o filho.
Nos esquecemos dos nossos problemas e queremos saber dos problemas dos outros.
Meu avo dizia que "cada macaco fica no seu galho, senão pesa e todos caem."
E nós esquecemos sempre dessa regra. Êta humanidade curiosa pra cachorro.
Não sei como é que um cachorro veio aparecer nessa minha frase.
Bem se alguém souber que me diga.
Agora, continuamos todos a pensar qual foi a pergunta do garoto para o pai responder daquela maneira.
Ninguém sabe. 
Pois é. Ninguém sabe.