A história nos conta que um presidente da república, ao ser perguntado sobre atos de corrupção de vários de seus subordinados, respondeu sorrindo e meio assustado que nada sabia.
Fácil saída para quem não quer assumir culpa alguma do seu governo."O resto que se dane", poderia ser o complemento da sua resposta.
Isso me faz lembrar, quando a professora me perguntou se eu era o culpado por um ato de indisciplina cometido. Eu neguei, imediatamente. "Não sei de nada, fessôra!" Senti que a resposta veio naturalmente e percebi que a minha reação seria a mesma dos outros alunos da minha classe de pré-primário. Eu tinha apenas sete anos de idade. Portanto,já era uma criança com respostas indesculpáveis, ou seja, mentirosas!
Assumir a culpa de alguma coisa é, acima de tudo, um ato de coragem. É difícil, mas necessário para demonstrar a verdadeira personalidade de alguém que seja justo e digno de ser gente. Mas, como explicar a uma criança o que significa a justiça e dignidade?
Partimos, então, para a palavra chave desse enigma: desafio!
A pergunta da professora aos seus alunos, como a do repórter para o presidente tinham, no seu conteúdo, o desafio para saber até onde havia o comprometimento do questionado com o problema apresentado.
Lembrei-me de alguns conselhos sábios, como aquele que afirma ser o maior desafio do homem assumir a sua parcela de culpa por um problema ocorrido ou por um ato cometido. Mesmo que esse ato tenha contado com a participação ou envolvimento de mais pessoas.
A culpa é algo que nasce com cada um de nós e aparece quando é acionada. Daí, muitas vezes, nos surpreende alguém assumir uma culpa que imaginávamos jamais ter sido cometida por aquela pessoa.Daí, a afirmação popular de que somos culpados até de termos nascidos, mesmo que para isso tivemos a colaboração imprescindível dos nossos pais. Para cada ato que cometemos, no transcorrer das nossas vidas, é exigida, sempre, alguma parcela de culpa pelo fato dela ter ocorrido. É aqui que o bicho pega.
Quando nos cobram por algo que fizemos de certo ou errado, é necessário assumirmos a culpabilidade da ação. É o que muitos afirmam que, naquele momento, tivemos "a atitude de homem!"
Outro fato que pode gerar alguma confusão mental é a mania de culparmos os outros por tudo que acontece de ruim para a nossa felicidade, ou melhor, pela real incapacidade de encararmos a nossa própria realidade. Seria medo? Nada disso. É a pura verdade!
A solução, num momento como esse, é ficarmos em silêncio por algum tempo e encontrarmos nele a melhoria da nossa consciência e dos nossos atos futuros. Assim, a derrota dói e para ela nos silenciamos. Para a vitória é diferente: comemoramos ruidosamente, até com fogos de artifício, para que todos saibam que vencemos!
Assim, o silêncio pode nos dar frutos para a nossa jornada diária a fim de enfrentarmos e vencermos os problemas e obstáculos que a vida nos reserva e sabemos que existem. Mas, para isso, há a necessidade de sabermos assumir as nossas culpas pelos erros que cometemos. Jamais fugir! Só os corajosos e dignos terão caminhos melhores a percorrer.
Ao reconhecermos a culpa por um erro cometido, a nossa dignidade e a nossa honra estarão amparadas e deverão libertar a nossa alma de qualquer agente desagregante do espírito com o corpo. É necessário, apenas, assumir o erro cometido com certa coragem e com a vontade de corrigí-lo para tentar, nunca mais, repeti-lo.
Somos humanos e racionais e se a culpa faz parte do mundo em que vivemos, ela estará com todos, com certeza. O difícil mesmo, é assumi-la!
Ao abrir mão das coisas inúteis que nos circundam, na busca de uma vida melhor, o homem estará sempre próximo da felicidade e da paz que tanto procura. Entretanto, deve ter a coragem para todos os seus atos, a fim de permanecer vivendo em sociedade.
Assim é o homem com a sua culpabilidade de viver, äd eternum".
Já, as mulheres. . . a coisa é diferente.
O seu maior desafio é livrar do ressentimento e perdoar. Se amar é perdoar, ela deve colocar o amor em cada canto, para encontrar, quando procurar, o aconchego e o conforto . Com isso, as mulheres ajudam a si e aos outros a descobrirem a paz.
Não é mesmo?
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