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O quarto é um lugar solitário.
É o último lugar que eu e outros conhecemos, depois de tomarmos as providências de avaliar os demais cômodos de uma casa. Assim nos foram apresentados, os jardins, a varanda, a sala de visitas, o escritório, a sala de jantar, os corredores, as escadas,os banheiros, a cozinha e o. . .quarto ou os quartos.
O quarto pode ser um lugar sinistro e muito difícil de ser explicado.
Quando o quarto está a meia luz, numa penumbra, pode-se pensar horrores ou alegrias sobre o que se passou, se passa ou se passará adiante.
Nele podemos gozar explicitamente o início de uma nova vida, através do fruto iniciado com um contato sexual de um casal amoroso e, ao mesmo tempo, pode se transformar no local onde algum infeliz, ao cerrar os olhos num rosto pálido e doente, passa para outra esfera e vai em busca do infinito saudável para as sua alma.
O quarto vem depois do terceiro e jamais, numa competição ou torneio, será reverenciado e lembrado como conquistador de direito a alguma medalha, etc. Apenas recebem os prêmios os classificados do primeiro ao terceiro lugar.
O quarto vem antes do quinto, este mesmo quinto que, colocado no plural, os descendentes portugueses mandam qualquer um ou qualquer coisa para o inferno.
O quarto é sempre o marido da quarta, a mesma quarta seguida da palavra "feira" do calendário semanal, desprezada por não ser reconhecida como um dia importante da semana. Apenas faz parte dela e só.
Por isso que apelidamos qualquer incompetente ou confuso de "quarta feira".
Um quarto é algo depreciativo sob o ponto de vista de porcentagem numérica. O seu valor é tão reduzido que há a necessidade de ser multiplicado por quatro para se chegar a um inteiro.
Posso citar mais quartos e quartos para mostrar que na realidade, o quarto, também pode ser necessário para alguns casos, onde ele muda totalmente e passa a ter uma importância explêndida, até insubstituível, como esta que agora a identifico como a quarta vez que escrevo e lanço um livro de minha autoria - o quarto!
O autor
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