Aldo Zottarelli Júnior
Olhei para o espelho e desejei um bom dia em voz alta e me retirei do banheiro. Tinha dormido muito bem e, não sei porque, fui direto ao espelho para ver como estava o meu semblante.
Ótimo! Então, porque não desejar um bom dia para mim mesmo?
Quantas pessoas já fizeram o mesmo? Pois é!
Eu não havia percebido ainda que era uma manhã de quarta feira. Êta dia repugnante da semana. Não serve para nada, nem para pensar. Dia morto. Mortinho da Silva, se é que o Silva já morreu. Deve ter morrido, porque havia ou ainda há muitos Silvas espalhados por este mundo de Deus.
Vamos deixar esse papo furado de lado e vamos adiante.
Pará onde?
Não sei! Se você souber, me indique o caminho. Também não sabe? Então vamos juntos!
Estou me lembrando que ontem, à tarde, eu e a minha mulher pedimos dois cafezinhos acompanhados com dois tabletes de chocolate, numa cafeteria do Shopping e nos sentamos numa mesa que estava desocupada. Depois dessa "stravagantia" fomos para nossa casa. Claro que com a minha idade, tomando café no Shopping, na frente de todos que passavam, assumindo indevidamente a "pose"de ricos, era uma espécie de "stravagantia".
No início da noite, perguntei à minha "cara metade" se ela havia pago os cafezinhos do Shopping. Ela me respondeu negativamente. Eu também não paguei! E agora? Pô, me revirou o estômago só em pensar no prejuízo que demos para as moças que nos serviram, naquele local. Provavelmente, elas teriam que repor ao caixa as nossas despesas não recebidas.
Imediatamente, acionei o meu carro e fui para o "local do crime".
Gastei gasolina, paguei o estacionamento, e fui até ao Café. Pedi desculpas às moças que servem os cafezinhos pelo esquecimento do pagamento dos cafezinhos consumidos e paguei, com uma boa gorjeta, o que eu e a minha esposa havíamos gasto.
Elas ficaram surpresas com a minha atitude e confessaram que já ocorreram casos semelhantes, porém este foi o primeiro que alguém voltou e pagou o que se esquecera de pagar.
Voltei para a minha casa e fiquei pensando no que ouvi daquelas moças. Será verdade que as pessoas consomem e depois dão a "pinta de Migué"e se arrancam sem nada pagar?
Lembrei-me do meu pai e dos seus ensinamentos sobre a moral e a obrigação de mante-la a qualquer custo. Sorri.
Naquela noite, eu dormi mais tranquilo, acreditando que eu havia cumprido com o meu dever de ser uma pessoa honrada. Se muitos teriam "passado as pernas" naquelas balconistas, acreditando serem espertos, posso afirmar que aprendi o dever de não enganar a honra de nós mesmos.
Foi por isso que, no dia seguinte, eu desejei um bom dia gostoso para o espelho do meu banheiro. Honra mantida e alma lavada.
Isso já aconteceu com você? Pense!
O autor é educador, escritor e músico.
e mail: aldozottarellijunior@gmail.com
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