Há maneiras e palavras de se atender a um chamado telefônico. Cabe a cada um formar o seu jeito e, por mais que seja diferenciado, me parece que ao dizer "alô"seria o ideal. Mas não é.
"Como não é", diriam alguns, mas é a verdade.
Conheci um primo, dentista, já falecido que nunca disse o "alô"ao atender uma chamada. de qualquer telefone. Acostumou-se a dizer "pois não" e nada mais.
Do outro lado da linha, quem o havia chamado ficava pensando o que ele queria dizer com o tal do "pois não" e ficava aguardando uma resposta mais positiva para continuar a conversa. Que nada. Tudo ficava às escuras ou surdas até que um dos dois lados se pronunciasse a respeito.
Lembro-me de estar em Lisboa, capital de Portugal, e liguei para alguém na busca de uma informação. O telefone deu o sinal e fiquei na espera do atendimento e ele veio: "Está lá?"
Aí a casa pode cair. Como está lá se eu estou cá?
Claro que se eu disquei é mais evidente que eu estou aqui. . .cá. Ou não? Se eu disquei é porque estou aqui senão quem discou?
São costumes que nascem, crescem e assumem uma posição geral e acabam formando uma maneira de chamar e de atender telefonemas, deixando intrigantes quem chama e quem atende.
Uma vez, na Itália, entendi que o outro lado da linha me havia respondido ao meu chamado com a palavra "pronto".
Pensei: "pronto" o que, meu.
Minha mãe, ao receber essa expressão telefônica italiana, acabou tendo um debate com quem estava do outro lado da linha e respondeu: "que pronto ou não, eu quero falar com o doutor Sergio"
Do outro lado a linha a resposta veio: "Pronto. O doutor não está pronto"
A resposta foi imediata: "eu não quero saber se o doutor está pronto ou não. Eu quero falar com ele."
E assim, as palavras se confundem e acabam gerando ofensas.
Dizem que, em outros países, há costumes tradicionais ao atender as chamadas mas me parece que o "alô"é o mais usado.
O "oi"acabou surgindo com o atendimento dos jovens assim como o "tá" acabou virando uma forma de concordar com o que qualquer frase fora dita ao telefone.
A torre de Babel, figura bíblica antipática, surgiu para explicar que cada povo tem seus hábitos e palavras próprias que ilustram suas diferentes vidas e, por isso, o seu entendimento é complicado mesmo. A maneira simples que o nordestino se habituou a usar o dialeto brasileiro é muito diferente das outras maneiras de entendermos a língua portuguesa que, por sua vez, não usa a palavra "brasileira" para definir a língua do Brasil, mas a portuguesa. Deu pra entender?Pois é, no Brasil falamos o português e não o brasileiro. Que coisa, meu!
Assim é qualificável aceitarmos as respostas variadas como: "pronto," "está lá?", "quem é?" "pois não", etc e ficarmos calados usufruindo as outras rasteiras emitidas pelos brasileiros sejam eles do nordeste ou do sul do Brasil.
No resto do mundo a coisa ainda fica mais complicado. Duvida?
No resto do mundo a coisa ainda fica mais complicado. Duvida?
Durma-se com uma confusão desse tamanho. Pois é!
E ninguém providencia uma maneira de corrigirmos isso. Um dia haverá de chegar que a noite será dia e o dia será noite. Ou não?
E ninguém providencia uma maneira de corrigirmos isso. Um dia haverá de chegar que a noite será dia e o dia será noite. Ou não?
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