A vida tem os seus momentos importantes para todos nós.
Cheguei aos setenta e mais alguns anos dessa tal da boa vida vivida e todos os dias volto os meus pensamentos em momentos ou fatos que presenciei ou experimentei o sabor de cada fase que me lembro.
Desde a minha meninice, onde os brinquedos ou brincadeiras foram uma constante, acredito que os dias mexiam comigo de uma maneira diferente, onde cada movimento das minhas mãos, ou do meu corpo demonstravam uma certa maneira de viver diferente de outros semelhantes do meu mundo.
Cresci e na minha adolescente as coisas caminhavam de tal maneira que eu me sentia sempre sóbrio e sabedor mor dos atos juvenis que cometia. Isso foi muito bom.
Minha idade aumentou e como adulto eu passei a viver de maneira diferente. As regras eram obrigatórias e eu deveria obedecer a cada uma delas para ser entendido e obrigatoriamente isso me tornava idêntico aos demais adultos. A lei mandava e nós obedecíamos.
Como marido, posso entender, que devo ter sido bom mas não seria, no entanto, um exemplo para os demais. Nada disso. Teria que ser assim e assim foi feito, com desculpas, etc.
Os meus filhos e os meus netos chegaram e com eles a minha vida se alterou ou se adaptou a um mundo plenamente diferente. O deles. Não fazia parte de mim o mundo em que até aquele momento eu experimentava viver. Sim, todos nós experimentamos os minutos e os segundos que adentravam em nossos espíritos. Isso era muito bom. Mas filho e neto passam a ter uma importância jamais imaginada por nós. Pois é!
Acreditava num outro mundo onde a maneira de viver era de cada família e poucas vezes tentávamos afirmar que todos éramos iguais e compensadores dos felizes ou infelizes momentos de cada um.
Para mim, a maior satisfação e alegria era ver os netos em suas atividades diárias e com elas a afirmação de que cada um deles sentiam ser os donos de um mundo próprio e autêntico. Cada um daquele pirralhos era realmente autêntico e isso ampliava a minha identidade junto ao meu novo mundo familiar. Agora eu deixei de ser apenas um avô e passei a ser um exemplo de uma pessoa apenas mais velha, mas humana, simples e amorosa.
Cada neto que surgia na minha família, me trazia a nova obrigação de me ver e sentir um exemplo de homem a ser seguido. Isso, na maioria das vezes, dava a impressão de me sentir como o exemplo que dariam aos meus seguidores uma demonstração de uma nova maneira de viver.
Tenho a impressão de que isso ocorreu ou ocorre com a maioria dos que passaram ou passam em cada dia vivido. Todos somos humanos e, por isso mesmo, devemos dar os exemplos de vida a serem vividas e entendermos que nessas trocas de figuras ou de pessoas essas evidências sempre acontecerão.
Creio que tentei explicar com as minhas palavras o que foi a vida de ontem, como é a de hoje e como será a de amanhã.
Obedecendo o contido nos livros obrigatórios da ordem de uma sociedade em que não escolhemos fazer parte mas que nos obrigaram a aceita-la, poderemos viver sempre no plenário dos debates, onde cada um terá o seu valor ou suas palavras serão aceitas ou não.
Por isso que dizem ser aqui onde o diabo fez a sua moradia.
Será?
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