sexta-feira, 13 de junho de 2014

VENCEMOS E ESTAMOS CONVERSADOS


Aldo Zottarelli Júnior

Três a um e estamos conversados!
O que é isso? Macumba? Chacina? 
Nada disso. É o primeiro resultado da Copa do Mundo de Futebol deste ano e que encheu de orgulho os brasileiros que passam necessidades para viver e esquecem tudo quando se fala em futebol e da seleção brasileira.
Desde que este país varonil foi descoberto ou inventado, o que mais levou a seu povo a se alegrar e comemorar foi quando o inglês Charles Miller mandou para cá -via sedex10, modelo Caravelas- a sua descoberta denominada de "foot ball" (bola nos pés) e que na tradução literária(?) para o português, ganhou a denominação de futebol. Bacana! Isto é histórico,
Voltando aos três a um iniciais, fico a falar com os meus botões como pode alguém se esquecer do fardo que carrega nas costas ao viver neste país, e de numa hora para outra, veste uma camisa amarela e vai desfilar pelos estádios ou pelas ruas, numa demonstração positiva e contrária a sua própria e atual espécie de vida.
Uns dizem que se o Brasil for campeão, todo mal será esquecido.
Outros dizem que se o Brasil não conquistar o título máximo do futebol, todo mal será lembrado e re-lembrado.
De qualquer maneira, percebe-se que o mal será abordado e muita coisa poderá acontecer. Será?
Os que não queriam que a Copa fosse aqui se manifestam em alterações comportamentais e, com isso, fotos e imagens acabam sendo divulgadas pelo mundo todo demonstrando certa violência num país que sempre se apresentou como alegre e descontraído.
Explica-se tal procedimento apontando a fome que o povo experimenta, aliada às necessidades públicas como saúde, educação, habitação, alimentação e outras que se sujeitam a ficar de lado e não são contempladas com as verbas distribuídas na construção de estádios e outros fundamentos necessários para sediar a Copa do Mundo e indicados, obrigatoriamente, pela FIFA com o seu estilo e padrão.
Mas, três a um estão marcados e pronto! 
Não importa se vivemos equilibrados na corda bamba da nossa comunidade. Por isso mesmo, se perdermos o título, em casa(!) já sabemos o resultado extra-campo. Ninguém terá pena da Dilma e seus (in) fiéis companheiros saltarão do barco do governo como ratos temerosos de se afogarem na corrupção geral.
Se ganharmos. . . ótimo! Para quem? 
O júbilo e a alegria da vitoria passará em poucos dias e logo em seguida o povo verá que a felicidade é passageira e os problemas insolúveis voltarão a surgir em cada canto dessa Terra do Pau Brasil - madeira dura, bonita, lisa e vestida de vermelho mas fácil de ser podada ou derrubada. Ela não lembra a figura da presidente?  Pois é?
E pensar que os três a um poderiam mudar muita coisa. Talvez para a Croácia, a perdedora ,porque o Brasil como vencedor vai sentir a alegria da vitória durar até a fome chegar. Né não?

O autor é educador, escritor e músico.
e mail: aldozottarellijunior@gmail.com

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