domingo, 21 de julho de 2013

ASSALTO À SAÚDE MUNICIPAL

                                                                                                    Aldo Zottarelli Júnior

Se alguém me perguntar se eu gosto de comentar alguma coisa sobre política, a minha resposta deveria ser negativa. Entretanto, como um bom brasileiro que sou, entro no monólogo ou tento dialogar comigo mesmo sobre as conjunturas que abordam tudo o que se refere a política, tentando ainda explicar o óbvio, ou seja, como todos nós gostamos de falar dela, principalmente porque ela é inexplicável. Ou não é?
Já perceberam que ao discutirmos sobre determinado assunto que envolva a política  queremos afirmar somente o que pensamos e não aceitamos os pensamentos dos outros? Pois é! Freud explica isso.  Não me perguntem qual é essa explicação porque eu não saberia responder. Eu nunca topei muito esse austríaco metido a "besta" e que, para mim, sempre teve um parafuso a menos que os outros psicólogos de araque. 
E por falar nisso, acho que entendo alguma coisa sobre a política. Não me perguntem que coisa seria essa porque eu não saberia responder. Este sou eu e estamos conversados.
Inevitavelmente, vocês pensarão que eu estou meio desequilibrado com essas idéias. 
Eu explico. É só colocar a política para ser discutida e tudo se complica porque eu a considero muito complicada e não estou nem aí para tentar descomplica-la. É por isso que ela, a política, é absolutamente(!) ela mesma.
Gostaram desse ponto de exclamação no lugar em que ele não deveria estar? Não me perguntem porque ele está ali que eu não saberia responder. Esta certo?
Vocês já devem ter percebido que, até agora, eu não falei nadica de nada, pensando que já havia falado tudo. Que coisa, não é? É uma forma da estratégia política, com certeza.
É por isso que se o assunto a ser discutido for sobre a política estou fora.
Aliás, um deputado federal me afirmou que "o melhor é nunca ser um político mas ser amigo do político". Talvez nessa frase podemos entender a conduta de um prefeito que não é um bom político mas que tem padrinhos políticos influentes e fortes em Brasilia.
Assim é a política. Vocês pensam que sabem e falam com certa desenvoltura defendendo um ponto de vista e, na realidade, não sabem nada e nem o que seja um ponto de vista. Desta maneira, descobrimos a ordem do dia - a política como uma ciência inoportuna e inexplicável. Ou a ciência do nada. Entretanto, ela faz com que  vocês defendam uma opinião e juram estar falando a verdade. Depois vocês defendem uma posição contrária, não ficando vermelhos ou envergonhados porque nesse tipo de assunto a vergonha passa longe, desaparece. 
Lembram do político que, como Presidente da República, afirmava não saber nada sobre os escândalos do seu governo. Pois é.  O povo acreditou nele, daí. . .olhem no que deu!
A explicação popular para definir a política seria: " a ciência que não é ciência". Ou então, nada nela pode ser considerada válida ou confiável.
Entendendo que o caso que vou narrar tem a sua base na política municipal, me foi revelado no bar da sauna, do Clube de Campo, por um promotor público, que conheço desde quando ele era criancinha e brincava com o meu filho, lá pelos lados do Jardim Claret. Ele pediu a minha opinião sobre o problema do atendimento da saúde em nossa cidade. Disse o que pensava e ouvi dele a sua reprovação sobre a política da saúde  local e me perguntou se eu sabia o porque da falta de médicos nos postos de saúde do município, se a Fundação da Saúde paga salários que vão de 80 mil a 160 mil reais, mensais para cada um deles.
Eu disse que não acreditava e ele me afirmou possuir as cópias dos "holleriths" desses médicos e que estava preparando a documentação necessária para mover uma ação judicial contra o alcaide e a Fundação de Saúde, porque tais pagamentos, além de imorais são ilegais e contrariam as legislação em vigor.
Ao ouvir essa denúncia, comentei que aquilo seria um absurdo e perguntei a mim mesmo porque faltam médicos nos Postos de Saúde se os salários desses profissionais em Rio Claro são os maiores do país? 
No dia seguinte, no jardim dos seresteiros, conversei sobre esse assunto com um alto funcionário municipal,que me questionou como poderia a prefeitura contratar novos médicos se estes não querem ganhar 8 mil reais mensais. Eles querem ganhar também os 160 mil reais mensais.Claro! Se fossem com vocês o que é que vocês fariam? Hein! Hein! Hein!
Esquisito! 
Será que os médicos cubanos ou venezuelanos virão para cá para ganharem essas milagrosas horas extras? Eu não acredito.
Mesmo assim vamos à contabilidade. Os salários dos 13 médicos ou mais, computadas as horas extras, somam uma despesa mensal aproximada de 2 milhões de reais ou mais que dariam para cobrir os salários de 260 médicos, na base de 8 mil a 10 mil reais, "per capita".
Façam vocês essa conta e ficarão revoltados, sem dúvida alguma.Calma, bastante calma,
porque se trata da política gerencial da nossa cidade?  Será mesmo?
Vamos ver. A Fundação de Saúde insiste em afirmar que ninguém quer ser médico do município e, por isso, ela está obrigada a pagar as horas extras aos que estão em atividade e que passam a ganhar polpudos salários. Parece ser a prática de uma política nada saudável. Sabe o que o povo irá pensar a respeito desse "imbroglio"?  É mutreta!
Com certeza, tem mutreta nisso! 
Por muito menos a política nacional nos apresentou muitos escândalos, sendo um deles  denominado de mensalão. É possível que o Ministério Público, através do promotor público apresente à Justiça toda documentação necessária para se provar e comprovar o assalto existente na gerência da saúde municipal, em virtude do exagero dos valores desses salários pagos aos poucos e selecionados profissionais que, mesmo ganhando muito, não conseguem dar conta do recado no atendimento do povo, que é quem paga a conta e sofre com o atendimento demorado. 
Nada tenho a criticar sobre a conduta dos médicos que recebem os altos salários, mesmo porque eles são profissionais e trabalham bastante fazendo as horas extras para atender os pacientes 24 horas/dia. Gostaria, apenas, que a assistência e a dedicação desses profissionais para com o povo correspondessem ao numerário que recebem, para que as costumeiras reclamações não procedessem ou se justificassem.  Esse fato poderá ter desdobramentos de ordem política, social e até judicial, se nada for feito. Vocês pensaram se o povo resolver sair novamente às ruas exigindo a moralidade na condução da saúde na cidade? É, realmente um caso da política local. Olha a política aqui outra vez. Quem quiser explicá-la como ela está se portando em Rio Claro, que assuma o comando ou este navio, chamado "Cidade Azul das Orquídeas ", vai afundar e, infelizmente, não vai levar para o inferno do fundo do mar a sujeira fétida da ladroagem, dos ratos malandros e dos oportunistas clandestinos, apelidados de "boquinhas" que só recebem os bonus sem os respectivos onus.
Acorda Cidade Azul das Orquídeas ou despertem senhores vereadores!
                                                                       O autor é educador, escritor e músico
                                                                                             E mail: aldozottarellijunior@gmail.com
                                                                                             Blog: www.notasdoaldo.blogspot.com

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