quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ESPIONAGEM?

                                                                                Aldo Zottarelli Junior 

Vamos imaginar que a estória que eu vou contar seja possível ou verdadeira.
Palácio do Alvorada, em Brasília. Uma quarta feira de setembro. 9:30hs da manhã.
- O ex presidente já entrou - afirnou o guarda da guarita de segurança da entrada do Palácio do Alvorada.
Poucos minutos depois, no escritório da residência oficial da presidente da república, estão sentados a dita cuja, o ex-presidente e o consultor do marketing que tem nome de santa: Santana.
O barbudinho de voz rouca toma a palavra.
- Dilma, você não deve se encontrar com o presidente americano em Washington,nem que ele tussa. Nada disso! Precisamos aproveitar a oportunidade que essa espionagem de araque nos dá, para sairmos na frente na campanha eleitoral do ano que vem.
- Mas como? - perguntou o marqueteiro.
- Eu explico. Santana, você não acha que esse caso de espionagem já tomou conta dos noticiários nacional e internacional e, assim, podemos tirar, gratuitamente, alguma coisa de bom para nós?
- Podemos fazer um big marketing com essa tal espionagem. Já está aqui na minha cabeça.
- Vocês dois sabem - disse o barbudinho - que todos governos costumam fazer da espionagem um toque para a sua segurança. Nós também temos os nossos informantes oficiais e extra-oficiais em países que nos interessam, besbilhotando sob qualquer ponto de vista- afirmou a presidente.
Santana interveio:
- É verdade! Eu li no livro de John Perkins sobre as confissões de um assassino econômico e entendi o verdadeiro significado desses agentes extra-oficias que prestam serviços para às principais empresas norte-americanas, fornecendo informações sigilosas de interesse da Casa Branca, com ou sem a internet.
- Esse tipo de informação diz respeito, provavelmente, sobre a economia e até aos atos específicos do governo espionado. Não é? - perguntou o barbudinho
Dilma, baforando o seu charuto cubano que acabou de acender, olhou para os dois companheiros e afirmou:
- Foi por isso que eu não quis convocar o nosso Ministro do Exterior para essa reunião. Acho que esse assunto pode sair da esfera da diplomacia governamental e ganhar espaços fundamentais e práticos para as eleições do próximo ano.
- Eu também acho! - afirmou o ex-presidente e completou - você não vai visitar o Obama, em Washington, mas pode, muito bem, na semana seguinte, abrir a Assembleia Geral da ONU  mandarndo um recado para o mundo e, com isso, trazer muitas nações para o nosso lado. Tudo irá depender do seu discurso.
Houve um pequeno momento de silêncio. Santana quebrou esse hiato e se ofereceu:
- Se a senhora quiser eu posso fazer o rascunho. Não podemos nos esquecer que a maioria dos brasileiros, especialmente os das classes C e D, que elegeram o partido de vocês para dirigir o Brasil, não admiram os Estados Unidos, porque são pobres e, geralmente, pobre não gosta de gente rica e esnobe, como é o povo dos Estados Unidos.  Daí, qualquer coisa que possa servir de crítica aos americanos em defesa dos interesses do Brasil se transformará em votos garantidos nas próximas eleições. A palavra chave que a senhora presidente deverá pronunciar na ONU é soberania nacional. A mesma soberania que todos os países possuem e defendem e não querem ser espionados mas, espiam. Não é?
O ex-presidente abriu um sorriso e disse:
- É isso mesmo, Santana. Vamos sair na frente. Vamos depender desse discurso. E a voz da Dilma é agradável e prende atenção de quem a ouve.  O mundo irá reprovar a conduta do Obama e de seus compatriotas, enquanto nós ganharemos a admiração dos eleitores brasileiros que sentirão,na pele, as ofensas à soberania do Brasil.
Em seguida, os três combinaram aplicar uma estratégia sobre a espionagem na internet,  visando ganhar todos os frutos que brotarem no seio da população brasileira.
Uma dessas medidas será espalhar mentiras porque o brasileiro gosta de ouvir e acreditar em mentiras. A outra é esquecer a lei natural de que a espionagem é praticada por todos os países porque precisam dela para a segurança econômica e social além do desenvolvimento nacional de cada um. Só não sabe quem não quer saber. Ou fingir que não sabe. James Bond não é o único espião do mundo. Todos podemos ser. É questão de oportunidade, ainda mais com a existência da Internet e outros canais sociais semelhantes.
Há o outro lado da moeda da espionagem. Será que algo inesperado possa acontecer?
Ou seja, o Brasil, diante dessa tal espionagem ou picaretagem dos Estados Unidos, resolva se  transformar num país comunista ofendido e inimigo dos americanos, contando com o apoio da Venezuela, Bolivia, Argentina, Cuba e Rússia, abrindo um conflito armado contra as tropas do Tio Sam. Cuba enviaria soldados da sua ilha para lutarem pela nossa pátria, como enviaram os seus médicos para defenderem a saúde dos brasileiros. Será?
Penso que temos tudo para sermos derrotados e perdermos esse conflito, do primeiro ao quinto! 
Mas, e se o Brasil ganhar?
Ainda bem que essas linhas não passaram de uma estória muito bestial e inventada por um maluco quem não tinha o que fazer numa madrugada de uma quarta feira, no início de uma primavera, porque o sono não veio. 
Daí. . . bem, deixa pra lá!

                                                       O autor é educador,escritor e músico.
                                                       e mail: aldozottarellijunior@gmail.com

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