Ouvi alguém dizer que jamais o casamento de pobre será igual ao casamento de rico.
É verdade. Se compararmos os trajes dos convidados de ambos os casamentos, saberemos distinguir perfeitamente qual é o casamento do rico ou do pobre. Enquanto, num dos casórios, as pessoas se preocupam em se apresentar super bem vestidas e perfumadas com perfumes importados, em outros casamentos, até chinelos ou sandálias fazem parte dos míseros e mal combinados trajes que vestem para adentrarem o local além do perfume doce e enjoativo de água de colônia do Paraguai, não dispensando, ainda, os bonezinhos nas cabeças de alguns convidados, com a aba para trás, numa espécie de sinal de uma gang de assaltantes. E todos vão direto aos risoles, pasteizinhos, maionese, coxinhas, cachorro quente e outros salgadinhos mal feitos ou fritos. Provavelmente, num determinado momento, algum valentão, com o caco cheio de birita, desafiará outro para entrarem na porrada. É a marca registrada de um casamento de pobre, onde as pessoas além de mal vestidas e mal calçadas, são gente feia, mal educada bem regada com cerveja de baixa qualidade e servida com um aperitivo carregado de aguardente, ou melhor, pinga! Os noivos são os que mais bebem porque são obrigados a entrarem na brincadeira do "vira-vira", comandada por alguns mal intencionados.
Aí vira uma bagunça com direito a gritaria, samba de carnaval e disputa do bumbum mais sexual da noite.
No casamento de rico, até a igreja estará super decorada com flores, tapetes, velas, cortinas e outros que tais, dando um cenário próprio e comentado por todos pelo bom gosto apresentado. Diferente da igreja onde é realizado o casamento de pobre quando nem a decoração obedece algum padrão para esse tipo de evento. "Custa caro:" diriam os noivos.
O casamento é algo que todos precisam e devem levar a sério. A começar pela lembrança que todos os padres, pastores, diáconos e demais celebrantes afirmam que, naquele momento, o casal nubente estaria sendo abençoado, porque se trata do início da constituição de uma nova família cristã.
É o momento em que os pais da noiva e do noivo se lembram da época em que os seus filhos se conheceram e iniciaram o namoro. Quantos conselhos foram dados, sendo muitos seguidos e outros ficaram no ar. Mas parece que valeu a pena. Ali, diante do altar, estaria sendo concluída uma bela história de amor.
Tudo isso me faz lembrar de uma senhora da alta sociedade que, ao conhecer o namorado de sua filha, percebeu o jeito educadíssimo que ele apresentava. A maneira de falar e se desmunhecar dava a impressão do citado ser da "coluna do meio" .
- Minha filha. O seu namorado te beija?
- Sim mamãe
- Ele te abraça bem apertado?
- Sim mamãe.
- Ao juntar as coxas dele nas suas você sente algo mais encostando em você, etc?
- O que é isso mamãe?
O mãe demonstrou que ela desconfiava da masculinidade do rapaz.
- Filha, você vai ficar noiva e eu ainda desconfio do seu companheiro.
A garota nem quis ouvir a mãe. Ficou noiva e marcou o casório.
No dia do casamento, quando os noivos se despediam dos parentes para seguirem a viagem de núpcias, a mãe da noiva puxou-a de lado e lhe disse.
- Filha, presta a atenção no que eu vou lhe dizer.
- Estou prestando, mamãe.
- Você sabe que, até hoje, eu acho que o seu marido não é homem plenamente.
- Mas ele é homem, sim senhora.
- Está bem. Vamos combinar uma coisa.
- Que coisa?
- Se ele não corresponder na primeira noite na cama, você me avisa e eu tento anular o casamento.
- Mas com o eu vou fazer isso. É impossível!
- Não é. Veja só. Se ele corresponder e se portar como um noivo machão, você me manda um telegrama na manhã seguinte, dizendo "Consumatum est". Aí, eu entenderei que tudo foi maravilhoso para você e para os dois. Se você mandar um telegrama dizendo "Non consumatum", eu irei tratar dos papeis para a anulação desse casamento.Ok?
- Está bem mamãe, eu prometo mandar o telegrama.
E assim, os noivos partiram para a viagem de núpcias.
No dia seguinte a mãe da noiva recebeu o seguinte telegrama de sua filha:
"Mamãe, fique tranquila. CONSUMATUM EST DO LESTE AO OESTE.
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