O professor Dimas me ensinou que tudo em nossa vida obedece as regras e normas.
Ele me explicava que até Deus, ao montar o seu boneco de barro, obedeceu algumas regras criadas por Ele,para que as suas mão deslizassem naquela massa barrenta até adquirir o forma de uma pessoa. Então Ele colocou os dois olhos, o nariz, a boca e finalmente os dois ouvidos. Faltava apenas o boneco falar e escutar e Ele seguiu o seu instinto criador mandando que o boneco falasse e ouvisse. Isso aconteceu.
Para tudo houve uma regra feita e obedecida por Deus.
Assim somos até hoje, obediente as regras e normas que nos obedecemos para vivermos.
Desde o nosso nascimento, as regras são obedecidas pelas gestantes e pelos médicos que acabam nos puxando para fora da barriga da nossa mãe para conhecermos o mundo.
A nossa infância também foi regrada e nós todos obedecemos. Muita gente já se esqueceu até das palmadas recebidas dos nossos pais, quando deixávamos de cumprir as regras estabelecidas. Somente assim conseguimos viver em casa e estudarmos nas escolas. Não foi?
Mas a coisa não parou por aqui, não. Hoje, para tudo que fazemos ou nos movimentamos, temos que cumprir as regras estabelecidas para podermos dar conta do recado.
Vamos crescer mais um pouco e começarmos a procurar o outro boneco de barro com características femininas que será, um dia, a nossa companheira de vida para todo o sempre. Ou seja os dois bonecos se complementam.
Época de namoro, o homem quer mostrar que sabe e pode tudo mais que a namorada. Esta, obedecendo uma regra natural, finge que aceita. O seu objetivo é o casamento porque a mulher quer um companheiro para cuidar dela. Será que ainda é assim? Claro que é, diria o professor Dimas.
Faz-se o casal, digo marido e mulher, e tudo vai em frente.
Maravilhosos seis anos de vida do casal. As regras continuam as mesmas só que durante esse tempo a mulher mostra que ela também sabe das coisas e pode comandar o lar e. . . comanda! O marido ainda apaixonado pela mulher dos seus sonhos e não percebe que alguma coisa mudou. Até no tom da voz já modificada da sua mulher deixa de pedir as coisas com certo carinho e começa a exigir mais.
O futebol e a cervejinha de fim de semana com os amigos passam a ser mais interessante do que ficar em casa assistindo a TV com a dita cuja companheira.
Ela começa a sentir que a saída do companheiro para jogar e beber passa a ser natural, fazendo parte importante da vida do dito cujo, transformando isso em regra para ele cumprir toda a semana. A mulher finge concordar, mas por dentro pensa que irá se vingar. E vingará, sem dúvida alguma. É esperar para ver.
Os filhos já estão na escola e trazem as regras que esta estabelece para eles cumprirem.
- Tenho que trabalhar para sustentar a casa e você vai às reuniões de pais e professores para acompanhar o desenvolvimento educacional dos nossos filhos na escola. Não vai?
Claro que a resposta da mulher é positiva, mas haverá troco, sem dúvida alguma.
Com todos esses anos de casada e aguentando o mesmo homem, agora bem mais barrigudo e sem cabelo e que pensa que é sargentão, ela está sempre se preparando para mandar nas regras da casa e do casal. É questão de tempo.
As disputas do mando na casa começam a despertar com mais veemência ou até violenta. Sim, porque as agressões verbais já começaram e podem passar para as físicas. Tudo está por um fio. Será?
São as regras que irão comandar e quem for inteligente não as discute. . . obedece.
Muitos anos de casados, os dois seres passam a se estranhar e até em atos que foram considerados normais e diários são disputados a tiros e fogo. `As ofensas em alta voz surgem e mandam recados maldosos, até para as sogras, mortas ou não.
A coisa simplesmente desgringolou. As regras mudaram e precisam ser obedecidas.
Se o casal não atentar para isso, o casamento - já terminado espiritualmente e até sexualmente- começa a mostrar as suas rachaduras e, em pouco tempo, cada irá para o seu lado Mas, até para isso há regras a serem obedecidas para que ambos possam continuar a viver dentro da sociedade que escolheram viver.
As regras vão continuar a existir até na hora em que partirmos para um outro mundo onde somente as almas habitam. E lá também haverá regras a serem obedecidas e uma severidade maior na fiscalização do seu cumprimento. Não há justificativas pelo não respeito às regras do infinito. Ao tentar justificar o injustificável, será aplicada a maior regra de todos os tempos: aquela alma, seja de homem ou de mulher, não habitará jamais qualquer outro dos bonecos de barro esculpidos por Deus. Sim, porque Deus continua tentando melhorar a raça. Mas está difícil.
As regras podem sofrer mudanças ou novas adaptações. Daí a pergunta: quem é que sabe?
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