Está bastante claro que numa sociedade civil há pessoas que pensam e agem de maneira própria e, às vezes, conflitam com os pensamentos das demais. Assim, mesmo não aceitando, devo defender democraticamente o que os meus companheiros pensam e agem porque estarei integrado no grupo social comunitário e da terra que me viu nascer, crescer e. . .etc.
Disse Voltaire "posso não concordar com uma palavra que me dizeis, mas defenderei sempre a tua liberdade de dizê-la". Acho que era mais ou menos isso. Ou não? Então vamos ao assunto.
Partiu de um ou dois representantes do clero de Rio Claro a idéia de se construir um hospital popular (público?) com o propósito do atendimento aos doentes pobres que não podem pagar pelas curas tanto procuradas das suas doenças. Ótimo. A idéia é boa, porém inviável!
Vamos tentar explicar. É fácil.
Os defensores da implantação desse nosocômio popular e gratuito poderiam responder, se quiserem ou se importarem, as seguintes perguntas para me convencerem de que há possibilidade para tal feito.
Quem irá construir esse hospital?
Quanto custará construir essa obra e quem pagará?
Depois da construção, quem irá adquirir os equipamentos básicos para o seu funcionamento e onde será construído? Há terreno de propriedade publica para essa obra? Onde?
Não havendo, qual o poder publico que irá comprar o desapropriar o terreno necessário para a realização deste (pseudo)sonho?
Muito bem.Vamos la! Conseguimos! O hospital foi construído e equipado.Tudo bem. Agora, quem irá administrá-lo ou quem irá contratar e pagar o pessoal técnico e profissionais da saúde (médicos, enfermeiros,etc)?
E o pessoal administrativo?
Quanto irá ficar as despesas desse hospital?
Sendo público, ou seja gratuito, quem irá pagar o custo das internações e tratamento, pesquisas e outros" que tais"?
Há incentivo de qualquer governo para essa obra? Qual? Onde?
Como tratar desse assunto se não temos na cidade e região representante político no governo federal. No Estadual, nos temos, mas qualquer proposta em aumentar as despesas não será nem apreciado pela Assembleia Legislativa. Constitucionalmente , é proibido! Ou será que estou enganado?
Municipal, nem pensar. Se o nosso governo local não consegue manter a obrigação de ajudar a Santa Casa, como construir e manter um Hospital Popular?
Se a faculdade de medicina for instalada na cidade seria possível a construção de um hospital para os trabalhos de seus alunos? Nem pensar! Impossível!
Mesmo assim, para tudo há um sonho no nascedouro. Depois torná-lo realidade é outra história. Se for para ganhar simpatia e votos em eleições, seria um "baita" crime contra a população que aceita ideias absurdas como essa.
A Santa Casa de Misericórdia de Rio Claro está sempre na dependência de verbas públicas e promessas eleitorais não cumpridas para continuar respirando e atendendo a qualquer classe social de seus pacientes porque ela, na sua constituição oficial, é uma Casa de Misericórdia e tem essa obrigação. Vive constantemente do sonho de que alguma pessoa física ou jurídica possa ajudá-la para que ela jamais venha a fechar as suas portas.
E, mesmo assim, há padres e alguns poucos e fiéis seguidores querendo que Rio Claro construa e mantenha um hospital público. Serão eles que irão mantê-lo?
Penso que nem Jesus Cristo teria condição de atender a um pedido desse naipe. Seria muito mais fácil mantermos a nossa Santa Casa de Misericórdia, do que sermos levados a aceitarmos as idéias absurdas de alguns irmãos da nossa sociedade civil rio-clarense na busca de promoções pessoais ou políticas em detrimento da saúde da nossa cidade. Vale a pena pensarmos bastante sobre isso.
Né não?
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