sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ÊTA POVINHO DANADO.

Encontro com um amigo norte-americano que me contou ter dado um Corolla zero quilometro para a sua filha, por ter concluido um curso universitário em Boston.

- Um carro? -perguntei
- Claro! Foi fácil porque  comprei pela forma de leasing. Vou pagar 300 dolares por mês. E só!
Fiquei a pensar comigo mesmo como  é possível um Corolla  zerinho custar somente 300 mangos por mês.
Fui a uma agência do Banco do Brasil e perguntei ao gerente se eu conseguiria comprar um Corolla zerinho pagando o equivalente a 300 dolares por mês na forma e leasing.
- Negativo! -disse-me o representante do maior banco brasileiro e me explicou que  aqui, no Brasil, não existe leasing para a pessoa física, porque é normal o brasileiro faltar com certas obrigações, ainda mais com o pagamento das mensalidades da compra de um carro. Como o sistema de leasing é praticamente um aluguel que se extingue ao completar os meses comprometidos, o carro passa a ser do comprador que pode devolver o veículo ao banco e pegar um outro veículo zerinho e continuar pagando quase  o mesmo  valor que pagava pelo  carro devolvido.
Nos Estados Unidos, dificilmente alguém compra um veículo pagando à vista. Prefere o sistema leasing, por ser fácil e prático.
Diferente do brasileiro que quer comprar um carro novo preferindo não pagar nada e o resto que se dane. 
Pois é. No máximo aceita um financiamento com juros altos. Paga duas prestações e fica rodando, com a maior cara de pau,  até a financeira ganhar na Justiça uma ação de busca e apreensão do veículo. O devedor prova que não tem condições de pagar, sendo bem provável que a dívida ainda seja perdoada e ele sáia do Forum com o peito estofado por ter dado mais um cano, agora num banco.
Malandro é malandro e logo será sinônimo de brasileiro. Será?
Em São Bernardo do Campo já existe um enorme páteo onde ficam os veículos oriundos das ações de busca e apreensão na Justiça Paulista.
E o prejuízo fica para quem?
Seria para as seguradoras que, por sua fez, repassam os prejuízos segurados sobre o carro apreendido para um orgão segurador oficial do governo federal que, por sua vez,  devolve o valor perdido à seguradora. E fica tudo em casa, enquanto que a população brasileira paga dentro da arrecadação do orçamento federal.
Fácil, não é? Minha casa, minha vida, meu carro, minha bolsa salário, etc.
Os jornais tem publicado muitas relações de nomes sujeitos ao protesto dos cartórios competentes, numa demonstração de que o brasileiro compra a prazo e depois não paga e que tudo vá para o inferno. Lá o diabo sabe o que fazer.
Um ex-presidente da republica brasileira se ufana de ter feito o  milage da mudança da classe pobre para a classe C. Deu no que deu: aumentou o número dos inadimplentes neste Brasil varonil. E como!
Não pagar ou deixar de cumprir uma obrigação de pagar uma dívida passou a ser uma demonstração de poder.  Duvida?
Em qualquer lugar do mundo a dívida dá o direito do credor cobra-la sob a proteção da lei. Não pagou, o devedor vai se danar dentro das grades.
Não sendo a falta do cumprimento da obrigação do pagamento  da pensão alimentícia que coloca na cadeia o devedor sem qualquer discussão, no Brasil ninguém é preso por dívida. É consitucional o direito de não pagar. Sabiam?
Agora, com tal conhecimento, ninguém vai pagar mais ninguém.
Aqui, no sistema bancário brasileiro, leasing para pessoa física não existe. É questão de segurança dos bancos. 
Para a pessoa jurídica é possível, porque os bancos exigem a garantia dos bens da empresa ou até dos seus diretores para o negócio. Deu para perceber a falta de confiança sobre os brasileiros? 
O mundo inteiro conhece a índole de malandro que existe nesse povinho danado que entende ser a Lei do Gerson - aquela de levar vantagem em tudo - ser a mais importante peça legal de todos nós.
Quem duvida? 









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