Aldo Zottarelli Júnior
Li, não sei aonde e passo para frente: "Só os fracos serão fracos para sempre".
Confesso que não entendi, porque se somos racionais, é bem possível ser fraco hoje e forte amanhã. Não é? Pois é!
Eu, pelo menos jamais me considerei um fraco e talvez por isso a minha vida eu sempre levei com lutas vencedoras e vencidas sem deixa-la me levar.
"Deixa a vida me levar, vida leva eu. . ." não é comigo, não!
Zeca Pagodinho que me perdoe, mas essa música só "pega" bem se você estiver cantando, alegremente embriagado e segurando um copo de cerveja nas mãos, sendo na maioria das vezes, acompanhado com outros da mesma "laia."
"A luta continua", diriam aqueles que pretendem alcançar algo mais para o seu futuro e têm razão em afirmar que tudo deve continuar na busca de uma solução com uma expressiva vitória.
Quem pensa assim jamais será um fraco porque iniciou um caminho profícuo em direção ao que ambiciona alcançar, com certeza!
Agora, vejo formigas caminhando, em fila indiana, na busca de alimentos ou qualquer coisa mais que possa trazer felicidade à sua comunidade. Sim, porque nenhuma formiga pensa somente para si. Ela pensa na sua turma, ou seja, na sua comunidade que, por sua vez, somente conseguirá manter-se viva se estiver unida e com os mesmos objetivos sociais.
Diferente de nós, humanos, que somente pensamos em nós mesmos e ficamos cantando "deixa a vida me levar. . ." esperando acontecer. Que coisa!
Como somos diferentes uns dos outros, acabamos pensando em conquistas "pessoais" e, com isso, a nossa sociedade vai para o escambau. E vai mesmo. Alguém duvida?
Não seria fácil tentarmos imitar as formigas porque elas jamais se cansam de perseguir o que for necessário para as suas vidas, sem deixar que essa vida as leve para onde quiser. Tente colocar algum obstáculo no caminho das andantes formigas enfileiradas e, em poucos segundos, elas encontrarão uma saída para a continuação da sua jornada de vida.
Todas falam e pensam em conjunto e ser respeitam demais. Se cumprimentam, educadamente, ao cruzarem umas com as outras e balançam as suas cabecinhas como um sinal de respeito.
Diferente de nós, humanos e "racionais" que além de não nos importarmos com os nossos semelhantes, deixamos, acima de tudo, as regras da boa conduta e da boa educação simplesmente desaparecidas. Se elas existem entre os humanos, devem estar inoperantes ou desaparecidas. As lições desse tipo de conduta social foram esquecidas pelas família e pelas escolas. Não é?
Respeitar os mais velhos e nos ajudarmos mutuamente seriam as primeiras regras que, infelizmente, trocamos pela indiferença da letra musical do "deixa a vida me levar, vida leva eu. . ."
Até quando isso continuará sendo a nossa realidade?
Até que a palavra "vida", na canção, seja substituída pela "morte".
Bem, aí ninguém irá cantar.
Com certeza.
O autor é educador, escritor e músico.
e mail: www.aldozottarellijunior@gmail.com
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