Gosto de ler os jornais todas as manhãs, cumprindo um ritual que sigo há mais de sessenta anos.
O que é isso? Eu já tenho essa idade?
Muito mais seria a resposta correta. Pelo menos eu entendo que são os mais idosos que costumam ler os seus jornais preferidos em todas as manhãs. Os jovens, infelizmente, passam rapidamente pelos títulos, manchetes e esportes e aproveitam as folhas do dito cujo para limpar o bumbum.
Alguém duvida? Foi isso que eu escutei de cinco rapazes que estavam tomando um cafezinho num dos bares da cidade. E reclamaram que o papel dos jornais estava muito áspero. É mole?
Antigamente, nós tínhamos o costume de lermos as noticias do dia sentado no troninho do banheiro, porque os jornais tinham poucas páginas e, com isso, a sua leitura era rápida. Mesmo assim, passávamos a conhecer o que acontecia diariamente em nossa cidade, no Brasil e no mundo. E... estamos conversados!
Entretanto, incomoda os leitores dos jornais as notícias políticas que não conseguem disfarçar a insensatez e nem a cara-de-pau dos que as pronunciam, diante de um publico leitor ora conduzido, cada vez mais, em direção ao abismo preparado e construído com as ambições geladas, escorregadias e criminosas desses "representantes do povo".
Ah! As eleições nos aprontam cada uma. Não é?
Confiamos nas palavras ditas até minutos antes de lacrarem as urnas eleitorais. Comemoramos a vitória dos nossos candidatos e, alguns dias depois, percebemos que erramos nas nossas escolhas. Pô, meu! Outra vez?
Agora, tudo já esta consumado e nos ficamos costurados e algemados com as mentiras que acreditamos, um dia, que seriam verdades. Qual é a duração dessa situação caótica e de arrependimento? Quatro anos ou mais.
Hoje, o povo percebeu que a única solução para qualquer modificação é marchar pelas ruas das cidades, gritando palavras de ordem pró bem estar comum da sociedade.
Daí, de acordo com o vício, vamos direto às figuras centrais de dois poderes: o Executivo e o Legislativo. Brilhante e ótima se não fosse uma decisão ou medida miserável.
Sim, porque não adianta nada tentarmos ajustar o trabalho de quem nos governa ou de quem produz as nossas leis se não atentarmos para o poder que está caladinho ou "assobiando feito Migué" e fazendo das suas travessuras algo que ninguém concorda ( ou sabe). Porém tememos sair às ruas contra o atual estado de funcionamento das coisas sob a responsabilidade da Justiça brasileira.
Os jornais estampam, diariamente, as incongruências e os absurdos cometidos por aqueles que, vestidos com suas imponentes togas, têm sérias obrigações e a confiança do povo brasileiro, até agora, é claro!. Com a síndrome de Larápios, como qualquer bandido, alguns ou muitos deles passam as suas mãos no dinheiro do povo como se fosse deles e com isso a desconfiança já começa a ser comentada nos bares da vida. Poderá ferver. Isso é perigoso. O que fazer?
Não sei e tenho a impressão que muita caca vai ser jogada no ventilador em alta velocidade. Se até no STF, dois de seus ministros se ofendem reciprocamente acobertando interesses escusos, vamos esperar o quê desse alto poder da democracia brasileira?
Se, em primeira instância, há inúmeras acusações de mão-de-gato de alguns magistrados e dos desembargadores no Tribunal do Estado, denuncio, exemplificando, os processos dos precatórios - casos pequenos - há mais de dezessete anos sem o acordão de seus desembargadores/julgadores. Então, vamos esperar o quê da nossa Justiça?
Penso que, se o povo sair às ruas e se postar diante dos Foruns, dos Tribunais e do Supremo pedindo correções, ajustes em suas atividades e julgamentos rápidos, sem dúvida alguma, os nossos magistrados irão se sentir incomodados com as pontas das lanças da súplica popular espetando seus corpos e mentes e irão ativar ao máximo as suas decisões, alicerçadas na moral, na competência e nas disposições contidas nos códigos e leis nacionais. Assim eu espero que aconteça. Será que acontecerá? Sei não!
Três são os poderes que suportam a existência da democracia brasileira. Não é justo exigirmos mudanças radicais e funcionais em dois deles e deixarmos aquele que tudo julga e tem o direito de falar por último sem fazer a sua lição de casa.
É ou não é?
Nenhum comentário:
Postar um comentário