segunda-feira, 23 de maio de 2016

JUÍZO FINAL


Não sei porque as coisas acontecem quando não esperamos que aconteçam e deixam de acontecer quando queremos que aconteçam. "É a vida", diriam uns.  "É a morte", diriam outros, positivamente representantes do negativo.

Entretanto, entre a vida e a morte há um espaço enorme a ser percorrido e bem mais difícil do que  pensamos.
- Depende - diriam os agentes funerários?
Para começar vamos conhecer as nossas vidas.
Aos primeiros anos de existência, enfrentamos as regras desafiadoras e que os nossos pais achavam "uma graça" e jamais perceberam que os incentivos que nos comandavam a descobrir seriam uma espécie de safadeza. E nós devolvíamos tal  aprendizado com sorrisos e beijinhos. Pura e profunda safadeza. E safadeza, sabemos que é pecado. Mas pecado contra o quê ou contra quem? Vamos lá.
Até a maneira de andar com as pernas abertas, buscando um certo equilíbrio corporal e com as consequências em forma de quedas eventuais ou rápidas, davam a nós mais alguns motivos para provocarmos os sorriso dos adultos. Essa é a estratégia da safadeza.
Os dias passam, os meses atravessam e os anos somem das nossas vidas como passes de mágica e, só percebemos isso, quando estamos bem mais velhos e descobrimos que nos restam apenas pouco tempo para enfrentarmos o juízo final. 
E o que seria esse tal de juízo final.
Primeiro, temos que escrevê-lo com teclas iniciais maiúsculas, porque se trata do último ato que iremos participar e para isso ele merece respeito e valor.
Na frente de anjos julgadores deveremos responder sobre os nossos atos, todos cometidos enquanto tivemos vida intensa ou não. É aí que a coisa pega. Sabe lá quais as perguntas que deveremos responder aos anjos justiceiros?
- Prefiro não comentar - diriam os irresponsáveis.
- E agora, como eu respondo - diria o mais responsável.
- Recuso-me a responder - diria o medroso.
E assim vamos adiante.
Queremos esquecer das safadezas que cometemos quando nem sabíamos andar ou falar e que todos gostavam e se divertiam com elas e agora nos cobram até esses atos impensáveis, etc.
- Juízo Final é coisa séria - diria os mais silenciosos.
- Será? -perguntariam os incautos.
Tenho a impressão de que casos como esse que estou narrando, são complicados porque mexem e remexem em alguns pontos das nossas vidas que jamais queríamos que fossem lembrados ou comentados.
Bastou ter nascido e vivido um pouquinho para que  o Juízo Final possa nos cobrar dos atos tentados ou cometidos por nós.
Pode ser que, no futuro, tenhamos condições melhores ou até piores para estudarmos e conhecermos como funciona esse tal do Juízo Final, o que não será fácil, mas que marcará o início de um certo mundo. É o que esperamos.Se irá ser melhor ou pior somente ele, o Juízo Final, é quem nos dirá. Ou não.




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